sexta-feira, 15 de maio de 2015

Estou Tentando



Tenho um sentimento que carrego a algum tempo, que de alguma forma não consigo me livrar. Na verdade, sempre fez parte de mim. Um pouco de saudade e solidão que nunca seca. Às vezes fica raso. Às vezes cheio. Mas, na maioria das vezes, transborda. 

Não sei se deveria lhe informar, mas isso tem me consumido mais do que deixo transparecer. 

Basta apenas eu passar pela tua rua, ou ouvir uma música que me lembre você, que tudo ao meu redor se torna absolutamente triste e questionável. Desabafei até não aguentar mais para as minhas amigas, até cair em prantos e me cansar de ouvir sempre a mesma história. No fundo eu queria que elas dissessem o quão idiota você foi, mas acho que isso eu sempre soube. 

Estou morrendo por dentro a cada dia. E a cada um deles sinto uma dor diferente, como se estivesse se espalhando. Mas se há alguma pílula que me ajude a esquecer, Deus sabe que eu ainda não encontrei, mas eu estou morrendo por uma, Deus, eu estou tentando.

E as memórias vão fazendo uma trança nos fios de cabelo da nossa história. Passaram-se horas longas, dias demorados, semanas curtas, meses solitários e semestres complicados. Dias em que a saudade me maltratava mais forte. E eu precisava aguentar calada, quando a minha vontade era gritar ao mundo toda a minha dor e a falta que você me fazia. Estou viva, sim, mas não me pergunte como. 

Mas nessa vida estamos todos nos adaptando a alguma coisa. Todos! Eu, você, até mesmo a criança que mudou de cidade e precisa se adaptar a nova escola, mesmo que a sua vontade fosse continuar na escola antiga. Eu, bem... Precisei me adaptar a sua ausência. 

Para superar algo precisamos mergulhar nos nossos pensamentos e encontrar algo que nos dê esperança, e que nos faça querer seguir em frente. Precisei me reinventar. 

Sabe, finalmente decidi me abrir à novos caminhos. Fui a um bar com a minha turma da faculdade, com os quais eu não tinha muita intimidade. Mas pela primeira vez, em muito tempo, me diverti. Deixei que conhecessem a Sophí. A sua Sophí.
Foi daí que caiu a ficha que eu precisava virar a página, que por muito tempo ficou lá, impedindo a passagem de uma nova história. 

Não te odeio, porque sinceramente, você me fez é bem. Fui obrigada a amadurecer com mais pressa e aprender a conviver com a dor. Mudei. Não falo fisicamente. Se bem quê meus cabelos agora são mais longos e escuros, até me sinto mais bonita. Mas me tornei uma pessoa forte. 
  
Tudo bem. Não precisa se sentir tão culpada. Não foi. Ta passando. Tudo passa.


AutoraJuliana Gomes 

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