quinta-feira, 31 de dezembro de 2015
Que venham os novos recomeços
segunda-feira, 28 de dezembro de 2015
Um quase amor azul oceano...
Já fazem alguns meses que eu não escrevo sobre você. Outubro passou, novembro também e eu confesso que estava tranquila com o fato dos meus pensamentos alcançarem novos horizontes, longe dos seus olhos azuis oceânicos. Chegou o Natal, as luzes acompanhando todas as ruas, aquela cachaça empurrada na boca da minha família nada conservadora e o meu sono após a ceia, sono esse que trouxe seus olhos azuis em sonho, e eu pude sentir você presente em uma ausência infinita junto com a maldita hora em que reparei ainda te amar.
A vida tem umas correrias entre seus passos cansativos e eu confesso que entre pedras que se tropeçam e mãos que se conversam, eu andei até a sua porta, senti seu cheiro de perfume Johnson que meu primo de seis meses utiliza e que você, como criança até nisso, sempre gostou. O que doeu naquele dia não foi o perfume relembrado, nem as estrelas que não brilhavam da mesma maneira desde a noite em que nos despedimos. O que doeu foi ouvir o seu sorriso do lado de fora e te escutar amando outra pessoa, o que doeu foram seus olhos azuis virando as costas para o nosso amor -Se é que é/era mesmo amor- pela segunda vez quando eu enfim tive a coragem de apertar a campainha.
Passei uns dois meses evitando pensar em você, passei muitas horas tentando não escrever, não falar, não olhar as fotos e não sonhar com os olhos oceânicos. Sabe o que são dois meses tentando se livrar até dos sonhos? Eu tentei o máximo que pude, olhei todos os dias para minha melhor amiga e não a contei que os olhos dela eram iguais aos seus, abracei todas as pessoas que eu sempre abraço e em nenhuma delas encontrei o perfume de bebê, olhei para cada árvore e guardei quietinha as lembranças de você subindo no tronco em frente a igrejinha de esquina, vesti o casaco listrado que cabiam umas duas de mim e deixei proibida a lavagem dele, apenas com a intensão de te evitar o máximo mas não te deixar morrer completamente.
Pois é meu bem, o amor é isso mesmo, parece que vai ser um conto de fada no começo, mas depois a gente percebe que não existem príncipes encantados em cavalos brancos, existem Shrek's montados em éguas, e ou a gente aprende a ser fiona, ou se desprende de vez de todas as colocações que o verbo amar traz consigo. Ou preparamos nosso coração e nossa mente para a possibilidade de um amor destruído, ou não colocamos a nossa expectativa em cima de perceptíveis ilusões, e talvez o maior erro da minha existência tenha sido te reconhecer como ilusão desde o princípio e preferir acreditar, descartando a única possibilidade de dar tudo errado no fim das contas.
O que vale é que dois meses depois de não pronunciar seu nome nem em sonho, eu lembrei dos seus olhos azuis em algum cochilo no intervalo de tempo em que estudava e tomava o meu café, então resolvi ir em busca do amor encantado que acabou virando desencanto pela segunda vez. Depois de dois meses sem falar com você e um mês inteiro sem te ver, eu caminhei todos os meus labirintos interiores como a Alice que se perdeu no país das maravilhas, peguei o pozinho mágico da sininho e transformei-o em coragem dentro do meu peito, coragem para sair de casa com um casaco maior do que tudo o que cabe em mim, e ir em busca de um provável amor. Eu descartei mais uma vez a possibilidade de dar tudo errado (Como era evidente que daria), e corri para a sua porta transparente onde fiquei estatalada por alguns instantes, sentindo o seu perfume que estava atravessando todas as portas e paredes e penetrando na minha alma, e de repente te ouvi gritar do lado de dentro que amava alguém.
Talvez você tenha sido a maior desilusão que eu poderia ter experimentado em algum segundo da minha curta existência nessa terra, talvez eu tenha lembrado do quanto todas as suas palavras ainda estavam comigo e talvez ali, naquela porta, segundos antes de apertar a campainha, o casaco tenha se tornado pequeno para o tamanho de tudo o que eu estava sentindo. Acontece que mesmo prevendo tudo o que aconteceria, eu apertei a campainha, e você abriu com seus olhos de oceano, me abraçando forte e me chamando de amiga, e junto com o abraço, veio o seu novo amor se apresentar a mim, e foi ali que eu percebi o quanto estou vulnerável aos ataques da vida, foi quando você fechou a porta piscando os olhos que eu toquei meus dedos na flor de frente a sua casa e voltei ate a minha morada, foi ali que eu pude enxergar a falta de reciprocidade nos amores do destino, e foi naquele instante, graças a você, que eu percebi que ainda te amava mesmo você não se encaixando nos padrões de beleza que possivelmente me atraíam, e ali eu voltei para dentro dos meus humildes labirintos e me perdi mais uma vez com gotículas de expectativas de encontrar algo que pudesse suprir a sua ausência que estava machucando mais do que a queimadura que eu havia levado naquela semana, porém confesso: Nenhuma perdição pode preencher a falta de um quase amor, nem outro quase amor pode substituir um romance anterior, porque mesmo não sendo inteiro, você foi a metade mais completa que eu pude experimentar.
(Marina Galvão)
quinta-feira, 26 de novembro de 2015
Meu amigo secreto
domingo, 15 de novembro de 2015
Meus votos
quinta-feira, 29 de outubro de 2015
Não me espere voltar!
domingo, 25 de outubro de 2015
"Nada como um dia após o outro, só assim para colocar as coisas em seu devido lugar..."
Você chegou a minha vida com uma lista inteira já pronta, e eu me assustei com isso, afinal, não é todo dia que alguém entra em você com um manual inteiro a ser seguido. A verdade é que os verões já não abrigavam o mesmo sentido, as folhas não estavam tão verdes, secaram logo após a sua partida, e eu juro, sem o seu manual de instruções eu me desorientei completamente.
Eu já não sabia de que horas deveria estar pronta para sair, nem quanto tempo seu banho demorado duraria para que eu pudesse entrar no banheiro logo em seguida. Eu não sabia nem se deixava o despertador tocando as cinco da matina ou se me levantava mais cedo para dar tempo de me arrumar e sentir a sua falta, porque na verdade a sua ausência era tudo de você que ainda restava para me fazer esperar alguma coisa da vida.
A sua ida me embrulhou o estômago, me fez mastigar o pão e imaginar o gosto do seu beijo, me fez ir na padaria e dobrar a quantidade de sorvete que eu já tomava normalmente e me deixou com todas as minhas raízes expostas, porque eu deixei a minha alma nua para você senti-la e saber exatamente o que esperar de mim, mas você não soube, foi embora e eu só aprendi que sorvete ainda é o curativo mais eficaz que existe.
Estamos em uma nova era de existência e ainda não encontra-se remédios para curar corações quebrados em qualquer farmácia, não que o meu coração ainda esteja quebrado, mas tudo o que eu encontrei depois que você se foi, foram dores de cabeça, sorvete e calda de chocolate, e por incrível que pareça, isso foi suprindo a sua ausência. Isso me fez perceber que o meu nível de obsessão por você era tão grande e intenso, que hoje em dia eu não acordo mas as cinco da matina, nem sequer mastigo o pão imaginando o seu beijo, hoje eu não quero nem você, nem o sorvete com calda de chocolate.
Com o tempo, depois que você foi embora, eu aprendi a mudar meus hábitos, a colocar a minha rotina de acordo com o que eu faria durante o dia. Passei a caminhar em cada fim de tarde com a companhia dos meus fones de ouvido e ficar MUITO satisfeita com isso, passei a não enlouquecer quando a música que chamávamos de "nossa" começasse a tocar no rádio e aprendi a me interessar por outras pessoas que frequentam o mesmo museu, as mesmas praças e assistem aos mesmos filmes que você, mas sem lembrar a cada segundo que essas eram características SUAS, porque me desculpa, mas agora são minhas, e eu não vou me perder devido a rachadura feita do meu lado interior, afinal, a vida segue.
Eu decidi ficar bem sem você, deixar de esperar que exista essa palhaçada de "amor perfeito" e "beijo de novela", isso nem combina com minha personalidade libriana! A minha decisão foi tão intensa que hoje mais cedo eu pensei em rever meus conceitos. Eu tomei meu café da manhã, em seguida o banho gelado para despertar e continuei pensando a respeito das minhas entrelinhas. Fiquei imaginando, como seria o café na hora do banho e o banho na hora do café, não que essa seja uma mudança muito significativa, mas é bom mudar até a ordem dos fatores, e depois que você se foi, eu percebi que precisava organizar a bagunça que você deixou, e isso incluia tudo, até mesmo banhos e cafés da manhã, mas também poderiam ser sobre companhias e novos amores, porque não?
(Marina Galvão)
quinta-feira, 1 de outubro de 2015
Por um triz amor!
Milena
Almas Gêmeas
quinta-feira, 24 de setembro de 2015
Não sei por que você se foi
quarta-feira, 9 de setembro de 2015
Te amarei de janeiro a janeiro.
O amor surge quando o inverno sem querer vira verão, quando não existe chuva forte, tempestade ácida ou neve certa para impedir dois corações de se olharem, para fazer com que a vida vire do avesso e seja menos do que parece ser.
A verdade é que eu vivi anos sob a mesma estação, passei dias florescendo pela manhã e deixando minhas folhas caírem a cada fim de tarde, eu vivi muito tempo a espera de algo que pudesse me deixar emocionalmente estável, que pudesse me fazer permanente, em eterna primavera ou em chuvas pequenas e curtas para um raiar de sol ainda mais forte que o anterior.
Sim, eu era furacão querendo calma, era ódio implorando amor, sede ansiando por água e outono desejando desesperadamente florescer, e foi então que você surgiu com uma barba mal feita, com um sorriso aéreo e cheio de cor, transbordando flor e amarelo ouro na minha vida, sendo um tudo repleto de vazio, mas um vazio que eu queria que ficasse eternamente preso as minhas raízes, um desconhecido lindo que eu queria manter perto com todas as interrogações, com todas as chuvas, com todos os céus escuros e claros, eu queria você e o seu sorriso deslumbrante próximo a mim, o resto eu poderia resolver, porque não haveria de existir dúvida certa com você sendo a explicação existente entre cada parêntese definitivo que marcava o enlace da minha história.
Sempre acreditei na eternidade, tanto do amor quanto das estações, tanto de mim quanto de você, tanto dos nossos laços quanto do nosso nó(s). Sempre acreditei em eternidade porque naquela rua tranquila em frente a casinha amarela que eu sonhava em morar, estava um velhinho chorando a perda da sua amada, como se repetisse para si e para o mundo o quanto a tinha amado naquela mesma cadeira todos os dias, o quanto eles foram eternos a cada pôr do sol, a cada lua cheia e nova, a cada queda de folhas, chuvas, só(i)s e florescer, e agora, como aquele senhor dizia para o seu amor, eu te digo que te eternizo em mim durante toda festa anual, durante cada nuvem que se forma e cai em mim de paraquedas em forma de chuva, água seca e sol quente.
As coisas findas viram as mais espetaculares e saborosas quando doem, por incrível que pareça, em qualquer estação que você viesse a surgir hoje, iria doer, mas iria ser uma dor daquelas que a gente se acostuma a viver, uma dor feita de silêncios, e se eu não fosse tão fanática pela tranquilidade do não dito, jamais te aceitaria em forma de tempestade, mas como diria Clarice Lispector: "Eu também sou o escuro da noite."
(Marina Galvão)