quarta-feira, 21 de setembro de 2011

De um lugar distante.


E enquanto todos olhavam a leste, lá estava eu sentado na varanda vendo o sol nascer ao sul. Ele crescia lentamente no horizonte como se fizesse questão de iluminar parte a parte cada pedaço de campo florido que eu olhava lá de cima. Eu fechava os olhos e sentia uma brisa suave batendo no meu rosto, voava pra longe dali, como se flutuasse pelos bosques, como se rompesse a barreira do tempo e viajasse para todos os cantos e ao mesmo tempo ao mesmo lugar de um mundo onde tudo parecia ser perfeito.
Ela chegou que de repente e me abraçou por trás, eu não via seu rosto, mas suas mãos me envolveram e estacionaram no meu peito, ela recostou a cabeça nas minhas costas e disse ‘bom dia’. Eu senti seu sorriso e me virei, segurei seu rosto e me perdi no seu sorriso, ela desviou o olhar e me abraçou novamente. Eu a apertei contra mim e alisei seus cabelos, olhei para o céu e ele estava de um azul maravilhoso, voltei o olhar para baixo e a beijei na bochecha, fui até o seu ouvido e cochichei um segredo, ela sorriu sem graça, soltou um suspiro e me beijou suavemente. Eu estacionei as mãos na sua cintura e fiquei horas ali perdido em êxtase. Tudo ao redor estava lindo, tudo era feliz, e nada mais importava, por que eu estava com ela, e nada me amedrontaria, por que ali naquele momento singular eu sabia que tinha um motivo pra viver, pra continuar lutando, e era aquele sorriso que me movia.
Eu olhei no fundo dos seus olhos, me perdi em tantos bosques, tantos campos e tantos momentos, mas depois de muito procurar eu achei, achei em um canto em que só eu sei onde esta, um mundo só meu, onde tudo parece um sonho. E mesmo que eu desvie o olhar e saia daquele verde encantador, eu sei que o sonho não acabou, por que ele não é apenas um sonho, por que sonho que se sonha só é um sonho que se sonha só, agora sonho que se sonha junto é realidade.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O que é o amor?



Fica até chato do ponto de vista de que eu já devo ter cerca de meia dúzia de textos que abordam esse tema de uma maneira bem semelhante, mas como é algo complexo, onde a cada dia a vida nos ensina algo novo, é até que interessante retratar esse progresso na forma de textos, então vou me aventurar/arriscar mais uma vez a falar do tão ‘pop’ amor.
            Tem gente que cria diversas categorias de amor, e convenhamos, existem realmente diferenças ao se amar um amigo e os seus pais, por exemplo. No entanto, quantos por ai não usam dessas ‘categorias’ pra usarem de desculpas quando dizem que amam alguém e as decepcionam? Ou até mesmo pra fugirem do real compromisso que se tem ao dizer “amo você!”...
            Por essas e outras eu não gosto de classificar o amor, por essas e outras eu já me vi sozinho tantas vezes na vida. O negócio mesmo e estufar o peito e assumir suas responsabilidades, promessas e deveres, viver a vida e não ter medo de amar de novo, de novo e de novo, por que o tempo continua correndo e tudo é evolução, feliz de quem tira da sua vida suas lições e cresce para viver mais uma vez uma nova historia.
            Essa semana um amigo disse pra mim “o amor na adolescência não existe, a gente até procura, mas...” Eu gaguejei três vezes e não achei argumentos contra, procurei em cada canto escuro do meu passado, e nada. Mas não é que eu enxergue também desse modo, somos tão jovens, a gente não sabe o que é amar, a gente cresce sob influência de filmes, novelas, textos. Não da pra achar o amor e desvendar seus mistérios de cara, sem antes não tropeçar um punhado de vezes, mas isso só nos faz voltar ao titulo do texto, que por sinal eu ainda não abordei, ate por que se não vocês não leriam até aqui, sacana eu. Bom, o que é o amor?
            Há quem diga que ele não existe, e quer saber, talvez não exista mesmo. Não como dizem, mas no sentido de que talvez ele não seja um sentimento próprio/único, seja na realidade um conjunto de sentimentos e sensações juntas. Como notas que harmoniosamente juntas formam um acorde no violão. Quantos acordes têm o seu violão? Quem já batalhou bastante sabe como tocar a musica da vida... Pra mim o erro maior não está nas definições, mas sim nas perguntas. Por que o amor pode ser um sorriso, pode ser um olhar, pode ser um beijo, pode ser qualquer coisa! Eu não vou negar a poesia que já escrevi, mas o amor é um ‘Mix’, é uma vitamina de sentimentos em momentos em que apenas cada um consegue definir na sua vida, por isso não existem definições que satisfaçamos eu e você, mas sempre haverá um brilho diferenciado que reluz nos olhos de quem ama, e de verdade mesmo, poucas pessoas me deixaram essa sensação ao longo da vida, e por isso quero agradecê-las, não só pelo sentimento, mas pela oportunidade de me deixar escrever sobre essa coisa linda... Então você ai, que me faz amar, esse é texto é todo seu, não poderia ser de mais ninguém...

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O Limite da Realidade: Sonho Real ou Realidade Imaginária?



A gota deslizava suavemente desafiando a gravidade, pendurada de ponta cabeça lubrificando aquele canto de parede verde e mofado. As rachaduras se estendiam interminavelmente, e as gotas caiam do teto como em sinfonia, as marcas na parede eram negras como sombras, de que há muito tempo não eram cuidadas. A janela de madeira estava corroída, e os cacos de vidro ainda estavam jogados ao redor, lá fora o céu era de um cinza tenebroso, a terra era seca, e nada ao redor crescia ou vivia. Ele olhou ao redor e encontrou entulhos que um dia já tinham sido alguma coisa, nada era identificável, o cheiro era ruim e o ar não era respirável, o teto parecia estar pra desabar, e absolutamente nada ali parecia bem o suficiente para se salvar.
Ele piscou os olhos.
Ao abrir viu a textura na parede e o teto pintados, tão novos que podia até sentir o cheiro da tinta, a janela estava decorada com uma cortina branca encantadora, e lá fora ele viu o sol banhando as planícies cobertas de flores e árvores, a brisa entrava e batia em seu rosto, e o frescor da tarde invadia a casa, ele sentia o cheiro de perfeição, e podia sentir em cada músculo do corpo a felicidade dos arredores, o quarto estava amplamente bem decorado, mas ele reparou em especial num criado-mudo antigo e bem conservado, em cima dele havia uma foto emoldurada a ouro, ele olhou e sorriu lembrando-se do melhor momento da sua vida.
Ele piscou os olhos e voltou para o mundo destruído, e assim piscou mais uma vez, e foi para um mundo perfeito, e assim ficou repetidamente por anos da sua vida...
Certo dia, ele cansou de viver em um mundo perfeito e em outro destruído, ele sentou-se no mesmo quarto e se questionou, se perguntou o porquê tudo tinha quer tão certou ou tão incerto, ele não obteve respostas, mas depois de muito sacrifício e tempo, de um árduo trabalho e foco mental chegou a uma conclusão.
Ele decidiu que queria um mundo misto, banhado pelos extremos, cercado de imperfeiçoes e coisas lindas, ele queria seus dois mundos em um só, e então fechou os olhos, pois era só ali que ele ficava entre as realidades, e ficou por horas com eles fechados, tentando buscar dentro de si o ingrediente que surtiria na fusão daquelas realidades, e o faria só enxergar a partir de então um mundo só.
Ele abriu os olhos, olhou ao redor, e viu os mesmos bosques floridos, e quando piscava via tudo desabar fervorosamente. Ele se irritou, não podia mais viver assim, e já não sabia o que fazer.
Depois de muito pensar ele foi até a janela e a consertou, e quando piscou novamente não a viu mudar, logo mais pegou seu porta-retratos, deu um sorriso de canto de boca e o desfez em mil pedaços, ao piscar ele continuou exatamente igual, e assim ele achou a resposta.
Ele voltou-se a sentar, fechou os olhos, e buscou bem no fundo de sua alma o que queria, reformulou cada passo, cada canto e cada acaso da sua história.
Ele abriu os olhos então... Perfeição? Destruição? Equilíbrio? O que ele realmente via agora? Eu não sei, eu posso o ter inventado, ter inventado a sua história, os seus mundos, posso até te dizer que nada disso é real, não passa de um sonho, mas o que adiantaria? Pra ele, exclusivamente pra ele, agora tudo é real, tudo faz parte da realidade que ele criou, e eu não sei como ela é, mas seja lá como ela for... Ele abriu os olhos e sorriu.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Em Tempos de Mentiras



Como anda difícil viver essa vida com tantas pessoas querendo dizer como eu devo viver, por onde eu devo seguir e principalmente como eu devo agir. Se já só não bastasse o dia-a-dia que dentro da rotina já anda mais difícil que fazer sexo em pé na rede, eu sou obrigado a ouvir, ou ver, esse tipo de coisa, e é logico que se fossem pessoas aleatórias eu não estaria perdendo um segundo do meu tempo, além do mais, há tempos não dou razão a quem nunca me deu razões para dar.
O que acontece com meus amigos? Eu disse amigos? As pessoas querem que você seja quem você não quer ser, eu não vou mudar por ninguém no mundo, eu já decidi isso faz tempo, e vira e mexe eu sou obrigado a olhar pros lados e perceber que muitas pessoas que estavam ali não estão mais, como se eu simplesmente tivesse perdido a utilidade pra elas. É duro ter que pensar que a gente ouve certas promessas, certos elogios, e depois tem que chegar a conclusão de que foram todos fundados em mentiras da boca pra fora.
Mas bem, é só um desabafo, até por que eu não me abalo com essas coisas, a vida inteira eu construí meus castelos sozinhos, então posso muito bem perder todos os meus amigos e continuar vivendo bem dentro das minhas conquistas, até por que se fosse amigo mesmo não ia ficar torrando o meu saco ou virando as costas. Talvez esse tenha sido o ano da ilusão, nunca ouvi tanta mentira, ou será que não?
Mas pra cada derrota há sempre uma vitória, e não é por isso que minha vida anda ruim, alias anda tão ótimo quanto em tempos já não a via, e espero que só melhore, que as pessoas aprendam a devolver honestamente o sorriso que dou a elas, além do mais, ele é sincero, e se você estiver lendo achando que eu estou errado, bem, só posso te dizer uma coisa: Eu não falhei com minhas promessas, eu não disse nada da boca pra fora, eu quebro a cara mais eu não perco a dignidade, então aqui dentro de mim, as contas estão pagas, se preocupe com você agora, e com a imagem que você anda transparecendo pras pessoas ao seu redor.