E enquanto todos olhavam a leste, lá estava eu sentado na varanda vendo o sol nascer ao sul. Ele crescia lentamente no horizonte como se fizesse questão de iluminar parte a parte cada pedaço de campo florido que eu olhava lá de cima. Eu fechava os olhos e sentia uma brisa suave batendo no meu rosto, voava pra longe dali, como se flutuasse pelos bosques, como se rompesse a barreira do tempo e viajasse para todos os cantos e ao mesmo tempo ao mesmo lugar de um mundo onde tudo parecia ser perfeito.
Ela chegou que de repente e me abraçou por trás, eu não via seu rosto, mas suas mãos me envolveram e estacionaram no meu peito, ela recostou a cabeça nas minhas costas e disse ‘bom dia’. Eu senti seu sorriso e me virei, segurei seu rosto e me perdi no seu sorriso, ela desviou o olhar e me abraçou novamente. Eu a apertei contra mim e alisei seus cabelos, olhei para o céu e ele estava de um azul maravilhoso, voltei o olhar para baixo e a beijei na bochecha, fui até o seu ouvido e cochichei um segredo, ela sorriu sem graça, soltou um suspiro e me beijou suavemente. Eu estacionei as mãos na sua cintura e fiquei horas ali perdido em êxtase. Tudo ao redor estava lindo, tudo era feliz, e nada mais importava, por que eu estava com ela, e nada me amedrontaria, por que ali naquele momento singular eu sabia que tinha um motivo pra viver, pra continuar lutando, e era aquele sorriso que me movia.
Eu olhei no fundo dos seus olhos, me perdi em tantos bosques, tantos campos e tantos momentos, mas depois de muito procurar eu achei, achei em um canto em que só eu sei onde esta, um mundo só meu, onde tudo parece um sonho. E mesmo que eu desvie o olhar e saia daquele verde encantador, eu sei que o sonho não acabou, por que ele não é apenas um sonho, por que sonho que se sonha só é um sonho que se sonha só, agora sonho que se sonha junto é realidade.