terça-feira, 28 de abril de 2015

Tudo o que você mais ama o rejeitará




 Escrevo este texto como alguma forma de terapia, e nenhuma forma de solução.

...este texto não é bonito

A Terra estava parada, e ela chegou a fazendo girar mais rápido.  Eu via as cores do mundo novamente, e talvez pela primeira vez as via em tons tão vivos. Era amor, ou pelo menos parecia. Mas não quero falar sobre isso, como já alertado, esse texto não é bonito.

Deveria chorar por algo que não existiu? De fato, não chorei. Musicas em tom menor, filmes da sessão da tarde e histórias de reencontro me fazem chorar. Não me abalaria por algo que não existiu.Pelo menos não deveria.

Não chorar não significa estar bem. O que é estar bem, alias? É ser o senhor da alegria na frente dos amigos? O cara divertido da galera? É como aquela velha história: O palhaço que a todos faz rir no picadeiro é sozinho quando as luzes se apagam e o público vai embora. Quem faz o palhaço rir?

Todos sabemos que fins são difíceis. Só acaba para um. Tive que devolver as (poucas) coisas suas que eu tinha, como se não visse você em todas as outras coisas. Como se não sonhasse com você todas as malditas noites. A mesma história de sempre. Você começa a evitar os lugares onde aquela pessoa vai estar e esquece que ela estará em todos os lugares.

Aquela casa de shows que você amava ir? Esquece. Ficar em casa? Pior ainda. Digo com a experiência de quem passou mais de um mês em casa vivendo como um eremita. Uma rotina de tomar uma quantidade ignorante de calmantes, misturada com qualquer coisa alcoólica, na intenção de dormir o máximo de horas possíveis no dia, não é saudável, e é perda de tempo. Isso não é viver.

 Reatei aquelas velhas amizades. Na verdade, eles reataram comigo. Sozinho a gente não é ninguém, né? Aos poucos vou voltando a ser eu , mas tu sabes como eu odeio ser eu.

E você? Você eu não sei mais quem é.

Às vezes que saí de casa foram as fatídicas duas vezes que encontrei você com aquele cara idio... aquele cara que você está agora. Foi o inferno. Eu não queria ir. Eu juro que foi insistência de amigos (não porque eu sou o psicopata stalker que você diz para os outros que eu sou). “Você não pode deixar de se divertir por ela” eles diziam. Mas eu estava certo eu não conseguiria me divertir de forma alguma, porque você estaria la. Ou ao menos a sombra do que você foi. Acho que acabou.

Não cruzara mais comigo se depender de mim. Não fui nada para você, Marla, e agora eu volto a ser um estranho. Durou o tempo que uma mentira deve durar. E olha que você é boa nessa coisa de mentir.

 Pode falar que tudo isso vai passar e todas aquelas coisas que eu já ouvi de muitas outras. Mas não vai. Eu não acredito nisso e sei que você também não. Você acreditava no “para sempre” e eu acreditava em você. 

Mas me esqueci que você é boa nessa coisa de mentir.

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AUTOR ANÔNIMO

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Porquê não vou chorar por você


Eu costumava olhar para nós como o impossível que daria certo. O meu amor por você parecia infinito, imutável, incessante. Era um constante oscilar de faltas de ar e calafrios, era um interminável calor de desejo e admiração. Meu amor era gigantesco, colossal, imenso e excessivo. Eu via nos seus olhos a nossa felicidade, e tirava disso um futuro inteiro ao seu lado, este mesmo que muitas vezes, sentados ao por do sol, tecemos em centenas de palavras e juramentos. Mas infelizmente tudo nessa vida aparenta ter um fim.

Você simplesmente levantou da cama decidido, e quando me dei conta o nós era só uma vaga lembrança. A partir de então eu só podia conjugar os verbos na primeira pessoa do meu singular. Eu não sei o que aconteceu com você, seus amigos não sabem. A verdade é que eu me cansei de tentar entender. Eu fui muitas vezes paixão quando você era tristeza, eu fui diversas vezes amor quando você era solidão, eu fui inúmeras vezes presença enquanto você era silêncio. Eu de fato nunca pedi nada em troca do amor que doava diariamente a você. Eu fui feliz sim, não nego, mas não posso desmentir o fato de que o sentimento que eu tinha por você segurava muitas vezes as pontas que você deixava soltas, quando agia de maneira tão imatura e desinteressada. O amor nos torna incansavelmente tolerantes, ou seria idiotas?

Eu acordava e não tinha você, eu levantava com seu cheiro no meu quarto mas você não estava ali. Alguma camisa sua ainda aparecia às vezes jogada ao meio das minhas camisolas. Eu trombava você no meu facebook o dia inteiro, e quando menos percebia estava fazendo cafuné no meu gato achando que era a sua barba. Eu pensei que meu mundo fosse afundar, eu tantas vezes sentei na ponta da minha cama, no meu quarto fechado, e pensei que fosse chorar por sete dias consecutivos uma dor que atravessaria cada bloco de tijolo da minha casa e chegaria até onde você estivesse, e que você viria direto para minha casa, me abraçar e me proteger dentro dos seus braços fortes, onde meu choro era tranquilo, compassado e cheio de segurança.

Você pode ter sido o amor da minha vida, pode ter me ensinado a amar, sido o responsável por quem eu sou hoje, o professor de todo o conhecimento e bagagem que tenho. Mas sabe, você não merece minhas lágrimas, sabe por quê? Por que você é covarde! Depois de tantos meses não teve a decência de me dar uma breve satisfação que fosse, você não foi sincero, você não foi justo. Enfim, você não foi real!

Não sei quem é essa sua nova namorada que você arrumou em duas semanas, não posso julga-lá, mas sinto pena dela, por que você pode ser por fora esse cara amável e cheio de simpatia no sorriso, mas por dentro você não aprendeu a viver, você não sabe ter compaixão, seu egoismo é do mais alto nível. Eu me despedacei por você e aparentemente não mereci um término adequado, eu me desdobrei em mil por você nesses últimos meses e fui trocada igual aos barbeadores vagabundos que você compra no mercado. É difícil aceitar, é muito difícil não se magoar com você. E talvez seja bom, talvez essa dor virando raiva seja a responsável por me fazer enxergar que você não merece alguém como eu. Você não merece que eu chore por você.

Eu aceito suas desculpas, eu posso vir a aceitar sua amizade mais para frente. Mas não por que eu sou fraca, e sim superior. Eu não vou guardar rancor de você, da sua personalidade e caráter mal formados. Eu vou seguir sendo quem eu sou e acreditando no amor, nas pessoas e na vida. E espero que você aprenda a ver as pessoas com um pouco mais de respeito, que aprenda a se colocar no lugar dos outros, para não mais magoar quem passar pela sua vida. Espero que você aprenda a ficar, a não só dar flores no dia das mulheres, a não só dar lembranças no dia do aniversário, a não só ser presente quando lhe for solicitado, a não só ser cavalheiro quando outras pessoas estiverem olhando, a não só ser romântico quando as coisas não estiverem indo bem, a não só querer sexo sem dar carinho, a não só dar amor quando receber em troca. E pra finalizar, sem querer te ofender (muito), a aprender de uma vez por todas a usar um perfume que preste, a fazer um oral descente e ser um homem de verdade. Faz esse favor!

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terça-feira, 14 de abril de 2015

Pé de Valsa


Johann Strauss - El Danubio Azul

 Se não me falha a memória era a vigésima quarta vez que eu olhava no espelho. Eu estava visivelmente nervoso e ansioso, era o grande dia, tudo deveria estar perfeitamente em ordem como o planejado. Eu ajeitei o nó na minha gravata trocentas vezes, e ainda assim parecia assimétrica demais para o meu gosto. Meu terno estava impecavelmente passado e justaposto ao meu corpo. Banhei-me em perfume, penteei o cabelo, amarrei o sapato e entrei no salão.

         Estavam presentes algumas centenas de pessoas ali esperando pela cerimônia de formatura. “Enfim formado!” Todos riam, conversavam e se divertiam. A decoração estava impecável, com efeitos lindos de luz sob alguns vasos com plantas por todo o salão. Muitas famílias estavam ali, além de muitos amigos e muitos professores queridos, mas o que realmente me importava naquela noite singular era a minha morena.

         Ela apareceu deslumbrante num vestido vermelho encantador, que descia pelo seu corpo perfeito e encaixava nela como uma luva. Os cabelos estavam parcialmente presos e os saltos nos pés a deixavam ainda bem menor do que eu. Sorriu para mim de longe, que já estava totalmente hipnotizado por ela. A partir daquele momento eu só tinha olhos para àquela morena no vestido vermelho.

         O momento da valsa chegou enfim, e eu começava a soar frio. Todos em pé estavam prontos para assistir aquela performance padrão de formatura. Ela se aproximou de mim e o seu perfume já tão comum invadiu minhas narinas, e como todas as outras mil vezes me arrancou um sorriso involuntário e pueril. Minha respiração perdeu alguns compassos e com toda calma do mundo coloquei minha mão esquerda no meio das suas costas, onde a mesma foi descendo delicadamente até a sua cintura. Juntamos nossas mãos direitas e começamos a dançar aquela clássica e belíssima melodia de Johann Strauss, El Danubio Azul.

          Eu olhei em seus olhos e de repente só existiam nós dois naquele baile. Sozinhos naquele imenso salão infinito. Seu sorriso me reconfortava como uma brisa de outono, e eu se quer me lembrava que não sabia dançar. Alguém colocou uma rosa em minhas mãos e então eu a trouxe para frente do seu corpo, entregando-a. Ela abriu um sorriso e os olhos levemente molhados de emoção se debruçaram em meu ombro. Eu soltei a sua mão e a segurei pela cintura com as duas mãos, a trazendo o mais próximo possível do meu corpo. Ela apoiou ambas as mãos sob meus ombros, com a rosa em mãos, e então fechamos os olhos e bailamos pelo infinito incontável e imensurável das nossas tão doces e velhas lembranças.         

Uma luz forte me distraiu e quando abri os olhos todos estavam em volta da gente, nos admirando. Era visível um certo brilho nos olhos das pessoas ali, e todas as câmeras estavam voltadas para nós. O nosso amor era tão exageradamente belo que encantava todo e qualquer coração que passasse por perto. Seu pai se aproximou, e beijando a sua mão, eu passei a dança para ele.          

Aquele momento singular, a valsa, o vestido, as mãos, aquele sentimento indescritível... Tudo ainda me faz lembrar daquele dia como se fosse exatamente ontem. Seis anos se passaram desde então, eu não te vejo há tantos anos, mas as fotos ainda estão aqui, ainda me despertam felicidade. Espero que suas lembranças sejam tão marcantes quanto as minhas, pois muitas delas me definem hoje como homem. Aquela foto específica do baile, naquela noite especial, ainda habita minha caixa de recordações no meu armário, e me faz crer que cada pedaço de amor que doamos ao mundo ainda reflete por ai aos olhos de meros e totais desconhecidos. Obrigado!
           


         

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domingo, 5 de abril de 2015

A pessoa dos seus sonhos.


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Nando Reis - Sei <3


Quem falou que precisa ser a pessoa mais linda do mundo? O que a gente quer mesmo é o que o coração anseia. Nós queremos a simplicidade de um sorriso que toque a nossa alma. Um perfume que seja único naquele abraço, mesmo que outras cinco milhões de pessoas também o usem. A gente quer aquela conexão no olhar que não é timidez nem malícia, que não é incomodo nem invasão, aquela conexão que dispara suspiros involuntários e descompassados. Nada mais queremos que alguém que seja um esboço dos nossos desejos mais íntimos e pueris.

A perfeição não existe na sua forma plena, mas individualmente existe algo muito próximo a isso, algo que só podemos explicar quando encontramos o amor, quando debruçamos no travesseiro a noite e levantamos dele pela manhã com os pensamentos na pessoa. Quando todas as letras do Nando Reis te fazem lembrar daquela pessoa. Quando o mundo para por alguns minutos para você deixar um pedaço de você nos lábios desejados da sua pessoa.

Dá para saber que é amor antes de ser? A paixão explode em perguntas dentro da gente, que quando são respondidas e correspondidas nos tiram da linha da razão. O amor sempre foi meio irracional, meio imprevisível, meio maluco por assim dizer. Quanto tempo a gente gasta buscando encontrar alguém que possa dividir nossos sonhos conosco e se encante com isso? Nunca foi pecado sonhar com o amor, de fato ninguém precisa de ninguém para ser feliz, mas sexta feira a noite, frio de inverno e chocolate quente, edredom e filmes no sofá costumam ficar mais gostosos.

            Será que aquela morena linda suspeita que eu tenho uma queda absurda por ela? Tão grande que eu tenho vergonha de chamar ela para sair e estragar tudo? Será que a gente já perdeu o amor da nossa vida por medo de agir? Falo em todo texto, “a vida é o esboço da própria vida, é escrever nossa história a caneta, é rápida, é efêmera...” Vamos nos permitir? Eu particularmente adoro colecionar experiências, tenho muita história para contar, mas vai chegar o dia em que todas elas vão ser frutos da mesma mulher, aquela que eu ainda vou chamar para tomar um café hora ou outra, que eu vou olhar nos olhos e sentir aquela vibração única e diferente. Aquela que vai ser a última a dividir a minha cama comigo, que fará eu perceber que eu não preciso mais buscar amor, apenas doar. Aquela uma que passará o final de semana inteiro comento chocolate com Pepsi na frente da TV comigo como se fosse o melhor lugar do mundo para se estar (e de fato será!). O melhor lugar do mundo será o nosso lugar, será dentro de um abraço, será dentro da vida de uma outra pessoa, será dentro de um coração cheio de amor.

            E ai moça, vamos tomar um café na sexta feira?