Johann Strauss - El Danubio Azul
Se não me
falha a memória era a vigésima quarta vez que eu olhava no espelho. Eu estava
visivelmente nervoso e ansioso, era o grande dia, tudo deveria estar
perfeitamente em ordem como o planejado. Eu ajeitei o nó na minha gravata
trocentas vezes, e ainda assim parecia assimétrica demais para o meu gosto. Meu
terno estava impecavelmente passado e justaposto ao meu corpo. Banhei-me em
perfume, penteei o cabelo, amarrei o sapato e entrei no salão.
Estavam presentes algumas
centenas de pessoas ali esperando pela cerimônia de formatura. “Enfim formado!”
Todos riam, conversavam e se divertiam. A decoração estava impecável, com
efeitos lindos de luz sob alguns vasos com plantas por todo o salão. Muitas
famílias estavam ali, além de muitos amigos e muitos professores queridos, mas
o que realmente me importava naquela noite singular era a minha morena.
Ela apareceu deslumbrante num
vestido vermelho encantador, que descia pelo seu corpo perfeito e encaixava
nela como uma luva. Os cabelos estavam parcialmente presos e os saltos nos pés
a deixavam ainda bem menor do que eu. Sorriu para mim de longe, que já estava
totalmente hipnotizado por ela. A partir daquele momento eu só tinha olhos para
àquela morena no vestido vermelho.
O
momento da valsa chegou enfim, e eu começava a soar frio. Todos em pé estavam
prontos para assistir aquela performance padrão de formatura. Ela se aproximou
de mim e o seu perfume já tão comum invadiu minhas narinas, e como todas as
outras mil vezes me arrancou um sorriso involuntário e pueril. Minha respiração
perdeu alguns compassos e com toda calma do mundo coloquei minha mão esquerda
no meio das suas costas, onde a mesma foi descendo delicadamente até a sua
cintura. Juntamos nossas mãos direitas e começamos a dançar aquela clássica e
belíssima melodia de Johann Strauss, El Danubio Azul.
Eu olhei em
seus olhos e de repente só existiam nós dois naquele baile. Sozinhos naquele
imenso salão infinito. Seu sorriso me reconfortava como uma brisa de outono, e
eu se quer me lembrava que não sabia dançar. Alguém colocou uma rosa em minhas
mãos e então eu a trouxe para frente do seu corpo, entregando-a. Ela abriu um
sorriso e os olhos levemente molhados de emoção se debruçaram em meu ombro. Eu
soltei a sua mão e a segurei pela cintura com as duas mãos, a trazendo o mais
próximo possível do meu corpo. Ela apoiou ambas as mãos sob meus ombros, com a
rosa em mãos, e então fechamos os olhos e bailamos pelo infinito incontável e
imensurável das nossas tão doces e velhas lembranças.
Uma luz forte me
distraiu e quando abri os olhos todos estavam em volta da gente, nos admirando.
Era visível um certo brilho nos olhos das pessoas ali, e todas as câmeras
estavam voltadas para nós. O nosso amor era tão exageradamente belo que
encantava todo e qualquer coração que passasse por perto. Seu pai se aproximou,
e beijando a sua mão, eu passei a dança para ele.
Aquele momento singular, a valsa, o vestido, as mãos, aquele sentimento
indescritível... Tudo ainda me faz lembrar daquele dia como se fosse exatamente
ontem. Seis anos se passaram desde então, eu não te vejo há tantos anos, mas as
fotos ainda estão aqui, ainda me despertam felicidade. Espero que suas
lembranças sejam tão marcantes quanto as minhas, pois muitas delas me definem
hoje como homem. Aquela foto específica do baile, naquela noite especial, ainda
habita minha caixa de recordações no meu armário, e me faz crer que cada pedaço
de amor que doamos ao mundo ainda reflete por ai aos olhos de meros e totais
desconhecidos. Obrigado!
***Gostou? Curte ai sz
Se não me
falha a memória era a vigésima quarta vez que eu olhava no espelho. Eu estava
visivelmente nervoso e ansioso, era o grande dia, tudo deveria estar
perfeitamente em ordem como o planejado. Eu ajeitei o nó na minha gravata
trocentas vezes, e ainda assim parecia assimétrica demais para o meu gosto. Meu
terno estava impecavelmente passado e justaposto ao meu corpo. Banhei-me em
perfume, penteei o cabelo, amarrei o sapato e entrei no salão.
Estavam presentes algumas centenas de pessoas ali esperando pela cerimônia de formatura. “Enfim formado!” Todos riam, conversavam e se divertiam. A decoração estava impecável, com efeitos lindos de luz sob alguns vasos com plantas por todo o salão. Muitas famílias estavam ali, além de muitos amigos e muitos professores queridos, mas o que realmente me importava naquela noite singular era a minha morena.
Ela apareceu deslumbrante num vestido vermelho encantador, que descia pelo seu corpo perfeito e encaixava nela como uma luva. Os cabelos estavam parcialmente presos e os saltos nos pés a deixavam ainda bem menor do que eu. Sorriu para mim de longe, que já estava totalmente hipnotizado por ela. A partir daquele momento eu só tinha olhos para àquela morena no vestido vermelho.
O momento da valsa chegou enfim, e eu começava a soar frio. Todos em pé estavam prontos para assistir aquela performance padrão de formatura. Ela se aproximou de mim e o seu perfume já tão comum invadiu minhas narinas, e como todas as outras mil vezes me arrancou um sorriso involuntário e pueril. Minha respiração perdeu alguns compassos e com toda calma do mundo coloquei minha mão esquerda no meio das suas costas, onde a mesma foi descendo delicadamente até a sua cintura. Juntamos nossas mãos direitas e começamos a dançar aquela clássica e belíssima melodia de Johann Strauss, El Danubio Azul.
Uma luz forte me
distraiu e quando abri os olhos todos estavam em volta da gente, nos admirando.
Era visível um certo brilho nos olhos das pessoas ali, e todas as câmeras
estavam voltadas para nós. O nosso amor era tão exageradamente belo que
encantava todo e qualquer coração que passasse por perto. Seu pai se aproximou,
e beijando a sua mão, eu passei a dança para ele.
Aquele momento singular, a valsa, o vestido, as mãos, aquele sentimento indescritível... Tudo ainda me faz lembrar daquele dia como se fosse exatamente ontem. Seis anos se passaram desde então, eu não te vejo há tantos anos, mas as fotos ainda estão aqui, ainda me despertam felicidade. Espero que suas lembranças sejam tão marcantes quanto as minhas, pois muitas delas me definem hoje como homem. Aquela foto específica do baile, naquela noite especial, ainda habita minha caixa de recordações no meu armário, e me faz crer que cada pedaço de amor que doamos ao mundo ainda reflete por ai aos olhos de meros e totais desconhecidos. Obrigado!
Aquele momento singular, a valsa, o vestido, as mãos, aquele sentimento indescritível... Tudo ainda me faz lembrar daquele dia como se fosse exatamente ontem. Seis anos se passaram desde então, eu não te vejo há tantos anos, mas as fotos ainda estão aqui, ainda me despertam felicidade. Espero que suas lembranças sejam tão marcantes quanto as minhas, pois muitas delas me definem hoje como homem. Aquela foto específica do baile, naquela noite especial, ainda habita minha caixa de recordações no meu armário, e me faz crer que cada pedaço de amor que doamos ao mundo ainda reflete por ai aos olhos de meros e totais desconhecidos. Obrigado!
***Gostou? Curte ai sz
Nenhum comentário:
Postar um comentário