Rihanna - Man Down
O amor é inefável! Ou seja, não
pode ser expressado verbalmente. É dotado de tantos nuances e beleza, tantos vínculos,
memórias e atributos que é incabível dentro das palavras do nosso idioma. É uma
espécie de divindade que habita nosso corpo e que nos norteia pela vida,
baseado exclusivamente na fé que temos sobre ele. Por isso é sempre lindo falar
sobre ele, por isso é sempre falho tentar demonstrar seu tamanho, e por isso
tantas pessoas se identificam e se apegam as tantas palavras e definições
maravilhosas que a gente vê por aí.... Hoje eu não vim falar de amor! De amor
todo mundo fala, hoje eu vim contar uma história, uma que ficou perdida em
algum lugar no passado e precisa ser escrita! Então puxa uma cadeira aí, senta,
vem comigo e vamos com calma, a gente vai falar sobre algumas coisas que
precisam ser escritas e saírem do meu peito! Shall we dance, mademoiselle?
Sabe, o tempo é um baita
catalisador da vida! A gente senta na janela e depois de muito pensar e viver,
pensar e viver, acaba encontrando alguma razão para coisas que não tinham razão
há tempos atrás. Eu passei muito dos últimos meses fazendo esse exercício de ‘vivenciar
o nós’ na minha cabeça, de trilhar dia a dia tudo que vivemos e conquistamos
juntos. Confesso que no começo doía muito, às vezes eu preferia esquecer, pôr
de lado, acreditar que a vida precisava ser vivida no presente e que começos
sempre são recorrentes na nossa jornada. Porém pontos finais são tão importantes
quanto! Principalmente aqueles em que a gente aprende alguma coisa valiosa!
Hoje é mais fácil, sem dúvidas, e apesar de algumas poucas lembranças ainda
machucarem, eu levo tudo tranquilamente, como um doce filme que eu assisti há
anos atrás e ainda me emociono um pouquinho de lembrar o quão mágico foi. Em
outras palavras, eu abri meu coração de novo para o mundo, aceitei que
histórias assim podem ser vividas mais de uma vez, e que diferente da nossa,
podem ter sim um final feliz.
Apesar de todos os tropeços e todas
as brigas, que foram mais do que deveriam, eu ainda consigo tirar de todos os
momentos que tivemos coisas boas. E isso é muito importante, creio eu! Saber
que mesmo frente a maior das mágoas, mesmo em decorrência do pior dos caminhos
tomado, ainda existe uma narrativa bonita que me diz que valeu a pena! Eu, aos
poucos, fui me permitindo perdoar cada um dos seus ‘vacilos’, ou cada uma das
vezes que me senti magoado ou ofendido por você. Acho que de um modo geral eu
aprendi a olhar para mim mesmo, completamente fora da situação e sem nenhum
tipo de dor ou ódio, e percebi que muitas vezes o erro também era meu, que para
se chegar a tal ponto eu também falhei com a minha parte de zelar por uma
relação melhor. No entanto confesso que para mim é mais fácil perdoar os
outros, mas creio que ainda não consegui me perdoar por muitas coisas, minha
culpa em cartório é pesadíssima! Eu sei que você sempre soube que as intenções
eram das melhores, digo porquê eu nunca duvidei disso da sua parte também! Eu
sempre quando me questiono o que aconteceu, se tudo aquilo foi real mesmo, eu
volto para aquela mesma cena, da gente na sua cama, olhando o céu pela janela,
os carros fazendo a trilha sonora e a gente planejando um futuro que estava
muito além de nós. Tão inocente, tão incerto, tão cheio de um valor
incalculável. Ficou ali naquela cama entre paredes pedaços valiosos de uma história
linda, se criou ali em cada olhar, em cada presente, em cada janta de Ifood nas
noites frias um vínculo que resistiu até o último minuto, que nos segurou
juntos até o esgotamento total de esforços possíveis. Às vezes sinto que não era
para ser, e às vezes me sinto responsável.... Às vezes os dois!
Devo dizer que não é tão fácil achar
nesse mundo o que existiu ali! Não sei se pelas risadas na madrugada, pelas
fotos todas que eu ainda guardo comigo sem saber o porquê, pelas cartas e
bilhetes pela manhã, pelos presentes criativos, surpresas malucas, viagens
emocionantes, pela naturalidade com a qual a gente parecia se completar tão
bem, quando tudo era lindo e perfeito.... Não sei dizer! Porém eu não falo nem
de amor, falo da conexão, de espiritualidade, de cumplicidade. E devido a isso
me reservo no direito de dizer que apesar de tudo e mesmo frente a toda a
contestação de um mundo/sociedade que não aceita esse tipo de coisa, eu deixo
uma porta aberta! Claro que a vida é curta, o tempo voa, o perdão é uma dádiva
e todos esses grandes clichés do manual autoajuda da vida bem vivida. Mas deixo
aberta por achar que certas conexões não devem ser rompidas, certas facetas do
aprendizado que a gente carrega merecem ser compartilhadas ad aeternum. Eu
tenho uma porção de razões para acreditar que as vidas das pessoas são mais do
que retas que se encontram um dia e amanhã nunca mais. Eu espero o melhor de
você, de nós! Espero que mesmo cada qual no seu sonho possamos ainda realizar
aquela porção de desejos daquela listinha! Que a felicidade continue existindo
em cada pedacinho de prazer da vida, e que a gente sempre se esbarre nela por aí.
Eu preso pelo bem de quem um dia me estendeu a mão e foi um mundo para mim. Eu
quero te dizer que eu te amo! De um jeito estranho, talvez! De uma forma não
muito convencional, de uma distância enorme que pode ser eterna e até mesmo
correta, mas eu quero usar ainda algumas linhas para manter vivo alguns daqueles
sonhos! Acreditar que a felicidade compartilhada não se esvazia tão fácil
assim!
Eu não espero jamais um perdão, tão
menos uma mão estendida. Só a alegria de acreditar que esse caminho é o certo,
que ao final valeu, que foi justo, que trouxe para a vida de cada um aquilo que
precisávamos para evoluir como almas nesse plano. E mesmo como a última das
opções que você jamais precise, estarei por aqui. Contar comigo é uma das promessas
que eu espero jamais quebrar a alguém. Obrigado e desculpa a demora! Eu estava
arrumando a casa, e você bem sabe o quão sistemático eu sou e o tempo que me
leva para por tudo em seu devido lugar...