sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Perfeição.

Por Kauê de Paula


E quando dorme seus cabelos escorregam e se espatifam na minha cama. Eu fico assistindo seu sono e como se ela pudesse me ver, esboça um sorriso perfeitamente simétrico, que vem de alguma doce memória nos seus sonhos. Imagino o quão sortudo eu sou por tê-la comigo e fico me perguntando se serei capaz de fazê-la a mulher mais feliz para o resto das nossas vidas. Promessas essas que tenho vontade de cumprir toda vez que seus olhos brincam com os meus, e nos meus braços a envolvo como se pudesse protegê-la de todo o mal desse mundo.
Eu compro flores e visto minha melhor roupa para leva-la jantar, meus amigos dizem que eu sou romântico, mas eles não sabem, não sabem quão perfeita ela é, se soubessem certamente entenderiam que ela é merecedora de todo o amor desse mundo, talvez eu nem a mereça. Medo é o de perdê-la, será que eu sou o cara certo? Quando ela me abraça eu me perco em um mundo de amor, eu sinto como se não pudesse tê-la para mim, como se não pudesse discernir o que é melhor para ela estando tão cego de paixão.

É ai que então eu seguro a sua mão, passo os dedos pelo seu rosto e lhe digo que não importa o que aconteça, ela sempre será meu maior motivo de alegria e o melhor motivo que eu terei todos os dias de acordar todas as manhas sorrindo. Ela sorri de volta, diz que eu sou perfeito, mas o problema é que eu não sou, e a intensidade do meu amor sempre gerou demasiadas expectativas... Infelizmente.

Recalculando.

Por Kauê de Paula


Me pergunto aqui quais as palavras que definem o exato sentimento que eu quero descrever. Esse sentimento vazio, cheio de sensações misturadas onde o passado bagunça com o presente e o futuro arrasta os velhos e imutáveis paradigmas da minha existência.
É um choro sem motivo, onde nem ao menos eu sei por onde devo seguir. Um choro sem razões aparentes, sem saber se amanha vou acordar com a mesma vontade de agora. Me pergunto aqui quanto tempo vai durar isso tudo, arrastando insaciáveis desejos pintados de decepção. E se tudo de repente funcionar é aquela mesma velha mentira, a qual eu me engano todas às vezes, e no final eu estarei aqui de novo, escrevendo, escrevendo e escrevendo, para tentar transmitir em vão essa sensação vazia, cheia de mim mesmo, onde meu único abrigo é me apegar as minhas velhas ilusões e voltar a sofrer como eu deveras me acostumei.

Quero cinco doses de amnesia depois das seis da noite, para ver a lua e não se lembrar dos velhos tempos, onde não existiam motivos para se preocupar, onde cada momento era o Deus que me cercava, ditando as regras do jogo e me intitulando o senhor das minhas próprias e felizes verdades.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

A vida até então.

Por Kauê de Paula


Eu desci as escadas para assistir a minha vida em pedaços tortos sendo passados a minha frente, como memórias e lembranças de uma mesma vida vivida ao lado de pessoas que não tem a menor ideia de onde seu nível de raciocínio esta estacionado.
A vida é feita de pequenas decepções.
E sentado na escada eu conto os degraus já descidos, e quase de volta ao chão eu paro e reflito, me valendo do que já foi vivido até então, e me pergunto incessantemente se sou eu diferente demais ou realmente as pessoas são todas idiotas e limitadas por defeitos absurdos que nos levam a falhas constantes e metamorfoses completas em ciclos diários e ate mesmo pontuais... Impressionante a força que um gesto tem, o impacto de uma ação tão simples, às vezes sem maldade nenhuma causam terremotos, e em um coração tão inconstante e intenso, fica a incerteza, angustia e sina de que logo logo eu não poderei confiar em mais ninguém, nem mesmo nos meus próprios sentimentos egoístas, hora verdadeiros, projetados, hora sinceros.
A vida é feita de grandes decepções.
E aqui comigo aquela velha sensação de novo, e de novo, de um milhão de pessoas, mas todas adicionando a mesma coisa a mim: vazio, cada vez mais espaços entre os meus pensamentos e a simplicidade a qual estas gostam de usar para lidar e resolver conflitos múltiplos que demandariam teses e primaveras. Me cansei de tanta experiência, do que ela me vale em um mundo inconstante onde todos estão repletos de costume e certezas em cometer pecados e banalizar o senso comum... Alguém desce também as escadas e se senta ao meu lado, perco a concentração...

A vida é feita de pequenas e grandes decepções.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Pra não voltar.

Por Kauê de Paula


Eu queria um poema que fosse simples.
Palavras que fossem reais.
Sem ser carregado de clichês banais.
Eu queria escrever sem me preocupar com rimas
Ou muito menos com métricas e lírica.
Queria saber fazer mímica.
Pra só você ter a verdade.
E dançar da nossa liberdade.
Eu quero poder estar longe de imposições
Pra que possa ser sincero
Pra que possa me sentir livre
Estar onde nunca estive
Pra que possa dizer tudo sobre nós dois.
Eu quero fazer uma homenagem a você
Quero segurar as suas mãos e beijá-las
Olhar seu retrato e desejar-te.
E agradecer por tudo que vivemos
E por tudo que fizemos.
Por me tornar o homem que sou
Que por sinal e com certeza
Não é metade do que era antes de te conhecer
Nas manhãs frias e anoitecer
Quero contemplar seu sorriso simples
E tê-lo todos os dias ao lado da minha cama
Olhando nos seus olhos ao acordar
Beijando seu corpo sem parar.
Passeando pelos seus cabelos
E velando seu sono com todo o meu amor
Quero poder trazer a poesia pra você
Que venha do meu coração.
Do fundo do meu maior sentimento
Fruto da minha maior inspiração.
Quero condecorar a sua honra
De ser a minha princesa no castelo
Que eu hei de salvar e salvar
Pra não deixar de te amar.
Doces os teus beijos
Confortável o seu abraço
Na infinita beleza dos teus olhos
Encontrei a minha paz
Quem dera eu fosse capaz
De escolher ter te conhecido
Em uma outra época
Longe do caos, longe da guerra.
Se te tenho aqui
Meus medos se dispersam
E só penso em sonhos verdes.
De bosques floridos
Arco íris coloridos
Eu e você
Dançando pelos cantos
Pelas paredes
Pelos tapetes
Ligando os pontos
E pelas noites a fora
Te querendo como ontem
Hoje eu te venero
Amanhã eu te quero.
Com a cabeça recostada
Assistindo um cinema
No jantar a luz de velas
Na cozinha ou na janela
Suspiro de amor
Suspiro de terror
Quando paro de escrever
E posso enfim perceber
Voltando à realidade
De um mundo todo impar.
De números sem um par.
Onde você não vai estar.