Por Kauê de Paula
Eu desci as escadas para assistir a minha vida em
pedaços tortos sendo passados a minha frente, como memórias e lembranças de uma
mesma vida vivida ao lado de pessoas que não tem a menor ideia de onde seu nível
de raciocínio esta estacionado.
A vida é feita de pequenas decepções.
E sentado na escada eu conto os degraus já descidos,
e quase de volta ao chão eu paro e reflito, me valendo do que já foi vivido até
então, e me pergunto incessantemente se sou eu diferente demais ou realmente as
pessoas são todas idiotas e limitadas por defeitos absurdos que nos levam a
falhas constantes e metamorfoses completas em ciclos diários e ate mesmo
pontuais... Impressionante a força que um gesto tem, o impacto de uma ação tão
simples, às vezes sem maldade nenhuma causam terremotos, e em um coração tão
inconstante e intenso, fica a incerteza, angustia e sina de que logo logo eu
não poderei confiar em mais ninguém, nem mesmo nos meus próprios sentimentos egoístas,
hora verdadeiros, projetados, hora sinceros.
A vida é feita de grandes decepções.
E aqui comigo aquela velha sensação de novo, e de
novo, de um milhão de pessoas, mas todas adicionando a mesma coisa a mim:
vazio, cada vez mais espaços entre os meus pensamentos e a simplicidade a qual
estas gostam de usar para lidar e resolver conflitos múltiplos que demandariam
teses e primaveras. Me cansei de tanta experiência, do que ela me vale em um
mundo inconstante onde todos estão repletos de costume e certezas em cometer
pecados e banalizar o senso comum... Alguém desce também as escadas e se senta
ao meu lado, perco a concentração...
A vida é feita de pequenas e grandes decepções.
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