Ainda
lembro como se fosse ontem o dia em que vivi um grande amor. Aquele tipo de
amor dos sonhos, talvez poucos saibam o que eu quero dizer aqui, mas ele
passou, e eu fui forçado a deixar pra trás o melhor tempo da minha vida. Entrei
em uma depressão profunda, cheguei a querer a larga tudo que tinha na vida, era
como se o pedaço mais importante de mim tivesse ido embora, e aquela dor
parecia interminável, era quase impossível parar e me enxergar anos depois
daquilo sem nenhuma sequela. E assim foi, eu mudei muito, eu superei aquilo, e
só Deus é testemunha do preço que eu paguei. Me tornei uma pessoa fria, perdi o
interesse nas pessoas, nas coisas bonitas, larguei Deus como se tudo não passasse
de besteiras e alegorias de uma vida estúpida. Aprendi a viver, passei anos
vivo e respirando um ar gostoso, me sentindo forte e poderoso, nesse meio tempo
eu conheci pessoas, exclui outras, magoei algumas várias por ser o cara fechado
que tinha construído um muro em volta dos sentimentos e dos pensamentos, o cara
que não tinha motivo para sorrir atoa, por que a vida era um simples jogo de vídeo
game e o game over seria o mesmo, então pra que se envolver com o mundo? No final
a dor só seria maior. Eu fui esse cara, cheguei um dia a ter medo de mim mesmo
em descobrir que não conseguia mais chorar, as lágrimas se foram, sumiram e não
apareciam por nada, perdi pessoas da família pra morte e grandes amizades para o
mundo, e nada parecia abalar aquele rebelde sem causa que vivia com a única ideologia
da ambição, do sucesso, reconhecimento e prazer de desvendar as coisas, mas
tudo sem emoção alguma, tudo com aquela sensação de imparcialidade, de que nada
estava completo. A vida ensina a gente muitas coisas, e essa fase passou quando
eu encontrei uma pessoa que me ensinou que era possível ser feliz se envolvendo
emocionalmente com o mundo, uma pessoa que aceitou meus defeitos, meus erros e
a minha vida. Um pessoa que olhou nos meus sombrios olhos e disse que estava
disposta a me amar. Foi difícil, mas aquela magia foi quebrando aquele gelo
dentro de mim, e eu sabia que não seria mais o mesmo, eu estava vulnerável e
tinha medo, mas eu me deixei vencer, quando aqueles olhos choravam na minha
frente eu podia sentir a sensação de estar vivo, de poder expressar a
humanidade que Deus nos deu, e assim eu me entreguei, e acreditei que como da
primeira vez eu viveria o amor verdadeiro, só que dessa vez seria perfeito,
além do mais, tempo demais já havia sido desperdiçado e eu tinha que lutar por
aquilo. E valeu ter lutado, eu ganhei momentos inesquecíveis, vivi aventuras
inimagináveis, viajei, amei, me dei e ganhei tudo em troca, amor, cartas, músicas,
olhares, tudo com aquele amor mútuo que a gente sente quando está conectado com
outra pessoa. Shows e noites em claro, muito carinho, afeto e vontade de nunca
perder cada singular momento que se tinha um ao outro, foi ótimo, como eu
poderia deixar de lembrar? O problema é que mais uma vez a vida me tirou esse
direito de ter o amor dos meus sonhos, e agora eu me pergunto, valeu ter me
aberto de novo? Se valeu eu vou voltar a me fechar de novo? Quem sou eu afinal?
Será que isso é um fim? Talvez o momento
de se fechar de vez, reconstruir todo aquele muro de volta, bloco a bloco e
voltar a ser o cara admirável que arranca suspiros e inveja de todos, o cara
que tem a frieza de lidar com todas as situações e resolver qualquer problema,
será? Ou vou continuar travado aqui, me baseando em falsas esperanças,
aplicando a fé e a ilusão em devaneios infindáveis que vão acabar me matando
aos poucos? O que será que vai ser desse
meu mundo mesquinho de pecados, erros e blasfêmias. Talvez eu não tenha
aprendido a viver, não sou perfeito, mas eu quero estar preparado para nunca
mais sentir dores como essa, que parecem me arrastar para um estado inferior
daquele que eu me encontro, o objetivo não é regredir, e eu espero poder evoluir
sabiamente, sabendo ser feliz conjuntamente entendendo as minhas limitações de
jamais ser uma pessoa perfeita e dona do controle absoluto do mundo.
segunda-feira, 29 de julho de 2013
sexta-feira, 26 de julho de 2013
O Cubo Mágico da Vida.
Aqueles olhos grandes me seduziam
de forma espantosa, era meu êxtase diário de delírios, vinha acompanhado de uma
dose de sorrisos e um perfume que era escancarado ao meu rosto a cada brisa de
vento cintilando pelos vermelhos fios de cabelo que caiam sobre seus ombros.
Demorou, mas eu decidi me arriscar naquela aventura em forma de sonho. Aquele
anjo sorriu de volta e depois de tantas conversas ela me sentenciou de forma
que eu jamais poderia esquecer:
-Você me parece um cara
inteligente, eu acho que você pode conseguir me ajudar em uma coisa. Esse cubo
aqui era do meu pai, ele costumava dizer que era como a vida, por que nele há mais
de 43 quintilhões de possíveis formas de se ajustar e se você pudesse fotografar
uma forma por segundo ainda sim demoraria 1400 trilhões de anos pra se
visualizar todas. É como a nossa vida, a gente deve escolher como viver e
gastar nosso tempo vivendo dessa forma, garantindo que não haja milhões de
metamorfoses que nos façam perder os melhores momentos dessa curta jornada.
Meu cérebro começou a fritar, mas
como um bom amante dos números parecia intrigante e desafiador, eu fiquei ali
admirado com a firmeza nas palavras da garota.
-Eu quero que você o resolva,
deixe na forma mais simples possível, onde cada lado tem a sua devida cor, é
assim que eu espero viver a minha vida, de forma simples, organizada e feliz.
Você conseguiria me ajudar? – e sorriu desafiadoramente.
O dia foi longo, nada tirava
minha atenção, eu precisava resolver aquele treco, era tudo que eu tinha para
ter a garota dos meus sonhos. Horas e dias se passavam e nada, depois de
conseguir resolver partes eu precisava desmanchá-las para conseguir outras, era
desanimador, eram tantas possibilidades que chegava a parecer impossível
resolve-lo. Até mesmo tentando estabelecer critério e padrões matemáticos, era
inútil, e eu ficava imaginando que talvez apenas um gênio fosse capaz de
decifrar aquele enigma.
O coração sempre foi aberto a
sentimentos como esse, eu talvez nunca conseguiria resolver aquilo ali, mas de
certo eu jamais deixaria de tentar, isso era certo. Eu ficava recordando meus
avôs e o lindo romance que tinham construído por anos e anos de vida. Era
notável por todos a energia que emanava daquele casal de velhinhos cabeça
branca, décadas iam sendo escritas no livro do tempo e nada abalava aquela
paixão, nada mesmo, contagiante e de se emocionar com os mimos que eles trocavam,
e até o último segundo isso perdurou. Quando meu avô partiu dessa pra uma
melhor minha vó estava lá, debruçada sobre seu peito, deixando as lágrimas
rolarem e apertando forte a sua mão e dizendo em confidencia o quão
gratificante tinha sido passar todas as suas décadas de vida ao seu lado.
Todos em luto, e a pessoa em que
mais se haviam preocupado estava bem. Era impressionante a força da vovó,
ninguém poderia acreditar como ela continuava sorridente e feliz, vivendo cada
segundo e fazendo seus crochês lindos, como se nada tivesse acontecido. Foi
assim até mesmo depois que o câncer tomou conta do seu corpo frágil, e ela teve
os movimentos perdidos. Ela era forte, e até internada no hospital com a comida
ruim ela estava feliz e bem humorada, foram anos e anos de vida devido a essa
autoestima elevada, ela chegou a me contar o ‘segredo’, ela disse que não
importava o que aconteceria com ela, ela tinha aproveitado a vida do jeito que
ela sonhou, o amor prometido ao lado de vovô, foram mágicos ela dizia, e sem
dúvida ela deixaria esse mundo sorrindo, por que foi assim que ela passou por
ele ao lado do seu grande amor, e ela não estava errada, no dia em que faleceu
ela estava sorrindo, um sorriso tão largo que a morte parecia apenas um belo e confortável
sonho de criança.
Todas
as histórias em um flash e eu olhava para aquele bendito paralelepípedo
reto de arestas congruentes e
suspirava em pensar que poderia perder o amor da minha vida por um desafio
impossível.
Hoje,
depois de algumas décadas eu tenho algumas várias histórias para contar.
Principalmente a que diz respeito a como minhas manhãs eram felizes ao acordar
ao lado aqueles lindos olhos castanhos, que a cada dia eram mais lindos e
cheios de amor pra dar. Era o amor certo, e eu pude tê-lo só pra mim, em cada
ano da minha vida e desfrutá-lo de maneira genuína. Era impossível não sorrir
para aquele doce e belo rosto, que mesmo com o tempo trazia o conforto que eu
sempre desejei ter dentro de mim.
Como eu consegui? É uma boa
pergunta, eu ainda não posso acreditar que cheguei naquele dia, há muitos anos
atrás e entreguei o cubo desfeito, e simplesmente disse que era impossível, que
se a vida tivesse que ser daquela forma eu talvez nunca conseguisse, e que
certamente eu preferiria vive-la da maneira que eu sempre a vivi. Chega a ser
engraçado como eu conquistei aqueles olhos com essas palavras. Hoje, depois de décadas,
o cubo permanece entre a gente, e como eu disse que jamais desistiria, ele está
lá, só que desta vez totalmente resolvido. É um troféu do nosso amor, que eu
pude conquistar pouco a pouco traçando uma história ao lado do meu amor.
Mas a vida não acaba aqui, ela
sempre será feita de desafios, e o fim só chega quando o tempo acabar, até lá
nós vamos superando os obstáculos maiores, por que são eles que nos mantém
vivos e aquecidos dentro da vida das pessoas que amamos.
-Amor! Veja só o que eu comprei
hoje!
-Nossa querido! Assim você vive
por nós dois toda uma vida – dizia com o sorriso e os olhos grandes que eu
jamais vou esquecer.
terça-feira, 23 de julho de 2013
Lembranças de Elliot.
As venezianas fizeram um
movimento ondulatório com a brisa que entrava pela face leste daquela modesta e
bem acabada casa de madeira. O vento foi seguido por um baque forte no chão, e
uma enorme quantidade de pedaços de porcelana se espalharam abstratamente pelos cantos da enorme sala com lareira:
-Mas que diabos... Elliot é
você?
As palavras ecoaram pela
casa vazia e o silêncio seguiu-se por longos minutos, até que uma estridente onomatopeia
rompe o clima mórbido daquela noite fria. Daniel ouve a campainha e
imediatamente abre a porta, sem hesitar abre um sorriso e pega em duas mãos
brancas que logo lhe respondem com um brilho de olhos azuis como o céu.
O sorriso logo se metamorfiza
em uma cara misteriosa e curiosa:
-Meu Deus Daniel, o que
aconteceu ali?
E Clarisse aponta o dedo
indicador para a enorme sala minada de cacos.
-Não tenho certeza, era um
vazo, talvez tenha sido o vento, ou quem sabe Elliot o deve ter derrubado.
A menina pisca em silêncio e
começa a balbuciar:
-Mas quem é esse tal... Ah,
entendi.
E ela sorri vendo um enorme
gato preto a observando por debaixo da mesinha de telefone da sala, com os enormes olhos
verdes, arregalados, buscando reconhecimento do local. Ela se aproxima
amigavelmente, mas o gato mais do que depressa desaparece casa adentro.
-Ele é meio tímido. – Diz Daniel sorrindo.
Eles sentam no sofá e Daniel
liga sua TV em um filme romântico qualquer, ele traz da cozinha alguns pratos e coloca
sobre a mesa da sala, em seguida trás alguns talheres e velas, na terceira
viagem ele vem com uma garrafa de vinho e apaga as luzes ao passar pelo
interruptor.
-Uma bela noite pra se
passar ao seu lado, só me desculpe por isso. – e aponta os cacos de porcelana
ainda no chão.
A garota sorri e diz que não
importa, um longo beijo se segue e eles comem o jantar amavelmente enquanto
assistem ao filme. Ele pausa o seu DVD no meio do filme e olha para Clarisse.
-Eu queria lhe dar isto! – e entrega
um pequeno embrulho nas mãos frágeis dela.
Antes que ela possa abrir
ele se atropela em palavras:
-São alianças, eu quero me
casar com você, quero passar o resto da vida ao seu lado, quero ser seu raio de
sol todas as manhãs. Já passou do tempo de a gente ter uma vida a dois...
As lágrimas suavemente
descem pelo rosto dela, e ao mesmo tempo ela leva a mão ao peito para entrar em sincronia
com os batimentos do seu coração, e com a resposta feita ela retruca sem receio algum:
-Mas é claro que eu aceito,
meu amor!
E eles se beijam ternamente,
até que caem no tapete e começam a se apertar com desejo, e logo as roupas
começam a se espalhar como os cacos pela sala, e aqueles dois corpos se encontram
em um só desejo e prazer. Com os olhos fixos uns nos outros, eles dançam pelo chão até a última gota de energia.
Ainda em cima dela, Daniel
dá um sorriso de canto de boca e lhe beija na testa, ele se afasta e
rola para o lado, e neste momento o grito ecoa estridente pela casa inteira. Clarisse prende o fôlego! Enquanto isso Elliot observa a cena de cima do armário da
cozinha.
-Que merda! – Exclama Daniel
ao levar as mãos as costas e notar o sangue tingindo o carpete branco.
Clarisse tira um pedaço de
porcelana das costas do seu futuro marido e lhe faz um curativo após um longo banho
quente.
Enquanto Daniel organiza a
cozinha Clarisse recolhe os pedaços do vazo de porcelana da sala, e longos
minutos se passam em silêncio aquela noite, até que ele volta e a encontra
pensativa na sala, ela mal percebe sua aproximação e toma um leve susto.
-O que foi querida?
-Você sabe...
-Não, não sei. Foi o que
aconteceu? Por que eu...
-Não! Não é isso. É que... –
ela mordisca o canto da boca.
- Sou todo ouvidos – diz ele
com a paciência do mundo.
-Você sabe que eu já fui
casada – e ela faz uma pausa como se recordando um passado horrível – e você
sabe que ele nunca assinou o divórcio, não podemos casar assim, por Deus
Daniel, eu amo você, eu quero tanto, fazem tantos anos que estamos juntos, cedo
ou tarde isso viria me assombrar de novo e eu...
-Querida, querida! – ele a
segura, forçando ela a se conter e prestar atenção nele – Isso não será um
problema.
-Mas você não o conhece, ele
ainda me atormenta e...
-Querida! Por Deus, me
escute. Ele já assinou.
-Ele o que? Como? – A
expressão assustada de Clarisse diverte Daniel.
-Eu fui até ele e o convenci
a assinar, e também me assegurei que ele jamais volte a ligar ou te incomodar.
-Mas... Mas como? Ele é
impossível!
-Não importa, está feito e
vamos nos casar.
Ela não consegue acreditar,
o abraça impulsivamente o resto da noite.
O sol raia ao leste e Elliot
está esticado se esquentando no beiral da janela, Daniel se levanta e cumprimenta
o bichano, que começa a segui-lo até a cozinha, onde ambos comem seus cafés da
manhã.
-Você é o único que me
conhece de verdade, sabe? – vai dizendo Daniel ao gato.
-Você é o único que pode
compreender tudo isso, eles não tem esse seu senso de saber lidar com esse tipo de
situação.
-Meow! – responde Elliot
encarando Daniel com seus fixos olhos verdes.
-Apenas você é capaz, só
você, vamos lá, temos serviço hoje. – E Daniel sai pela porta da cozinha ao
quintal apreciando aquele dia ensolarado.
Elliot acompanha seu dono até
chegar a um abrigo antibombas onde Daniel destranca o cadeado e desce ao
subterrâneo.
Um lugar escuro e sombrio se
revela a pouca luz, um mau cheiro contamina o ambiente e ratos podem ser
ouvidos trafegando por ali. Elliot corre à frente de Daniel para caçar os camundongos e se embrenha na
escuridão. Logo uma voz surge:
-Por favor, me deixe ir...
E uma luz forte se acende.
Um calabouço então é revelado, e ali naquela imensa sala suja e mofada um homem
se estende amarrado em uma mesa metálica. Daniel se aproxima dele e verifica as
feridas em seu corpo já infeccionadas e esteticamente horríveis.
-Eu queria lhe agradecer
pela assinatura, devo admitir que sua ex mulher ficou extremamente contente com
ela.
O homem na mesa lacrimeja e
balbucia algumas palavras com dificuldade:
-Ela não merece isso,
deixa-a em paz.
Daniel sorri e diz em tom de
deboche:
-Quem batia nela era o
senhor, estou enganado? Você ficaria surpreso de ver como nosso relacionamento
é saudável.
O homem se contorce tentando
se desvencilhar das cordas:
-Nada é saudável relacionado
a você, você é um monstro, eu sei o que você é, eu vi você matando aquelas
pessoas. Posso ter errado, mas eu paguei por isso, perdi a mulher
que amava pras drogas, mas me recompus, pedi perdão e aprendi a viver como um
homem decente. Agora você, você é repugnante, você...
Daniel se aproxima e tampa a
boca do homem calmamente, se aproxima vagarosamente do rosto dele e diz em sussurros:
-Não se esqueça de que você
é meu prisioneiro, você não gostaria de me irritar certo? – E sorri para
o homem.
-Você já conseguiu o que
queria, me liberte, eu prometo que não direi nada a ninguém! – O homem
fala de olhos fechados contendo o medo em suas lágrimas.
Daniel se aproxima brincando
com uma faca de churrasco afiada nas mãos e diz:
-Quem diria. O homem
ranzinza que me ameaçou de morte quando apareci na sua porta. Você faz parte das
pessoas que merecem transcender deste mundo, você representa o lado negro da
sociedade, além do mais, você acha mesmo que deixaria você livre por ai com o
meu segredo? Não seja tolo. – E Daniel deixa a mão ser levada pela gravidade,
em uma trajetória vertical e retilínea que atinge o coração do homem. O sangue cobre a mesa e respinga no chão, formando uma poça e escorrendo pelo chão,
até atingir um rato morto, onde Elliot está parado.
-Terminamos por hoje? –
Indaga Daniel sorrindo ao bichano.
Naquela
noite Clarisse se debruça ao beiral da janela e Daniel a abraça por trás
olhando para o céu estrelado. Ela se vira para ele e diz:
-Eu
quero lhe agradecer, de verdade, eu nunca imaginei que fosse conseguir de novo.
-Do
que você está falando? – Questiona ele.
-Do
meu passado, sabe, depois que eu terminei com meu marido eu imaginei que jamais
encontraria alguém, achei que eu estivesse quebrada, ou coisa do tipo, como um
imã, que só atraísse pessoas ruins, eu sofri muito, achei que nunca encontraria
alguém tão gentil e amoroso como você.
Daniel
sorri para a moça dos olhos azuis e passa a mão pelos seus cabelos:
-Imagina,
é apenas o que seus olhos dizem.
Ela
de repente repara uma movimentação e nota Elliot em cima da cama.
-Estou
curiosa, há tantos anos juntos, eu nunca soube que você tinha um gato, o que
mais você anda escondendo de mim? – diz ela em tom de brincadeira.
-Elliot
é meu companheiro, ele gosta de estar sempre escondido, camuflado na escuridão,
eu o deixo passar a despercebido das pessoas, é meio que um acordo nosso.
-Você
fala como se o gato fosse um agente secreto – Ela diz rindo.
-E
você nem imagina quão secreto. – Diz ele entreolhando para Elliot, que
escondido na escuridão só deixa o brilho dos seus olhos verdes a amostra. – Mas
venha comigo que eu tenho uma surpresa pra você.
Daniel
pegou a mão da moça e a levou para dentro até a beirada da cama. Ele a beijou carinhosamente e logo depois a empurrou com força na cama. Subiu em cima dela e a vendou com a gravata vermelha jogada em cima do edredom. Enquanto segurava seus braços pegou uma corda e algemas que
estavam debaixo da cama. Clarisse observava quieta e impressionada enquanto ele a
amarrava na cama. Ele tirou a roupa dela e pegou algum
objeto frio e o deslizou pelo seu corpo quente. Ela sentiu um arrepio excitante lhe tomar o corpo e então ele quebrou o silêncio lhe confessando aos ouvidos:
-Hoje
eu vou lhe matar, Clarisse!
E
ela inclinou a cabeça em sua direção, tentando chegar o mais próximo que fosse possível
dos seus ouvidos, e disse:
-Eu
acho bom mesmo! – E gargalhando continuou – É até engraçado ver você tentando
fazer o papel de garoto malvado.
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