segunda-feira, 9 de outubro de 2017

O despencar de um sonho






Emprego virou uma raridade sem tamanho no mercado brasileiro. Há tempos se ouvia que profissionais da engenharia tinham a total autonomia de escolher onde iriam trabalhar, as empresas brigavam por um profissional qualificado, o mercado estava aquecido e com déficit de profissionais na área. Hoje não há vagas! Até mesmo uma entrevista tem sido extremamente difícil de se conseguir. O desemprego assola nosso país, e mais pessoas são demitidas que contratadas, os meses passam e já com mais de um ano a situação ainda não melhorou!

Eu cresci com esse discurso na minha cabeça, de que estudando a vida seria mais grata com a gente. Passei todos meus 25 anos de vida estudando. Com 14 anos sai da escola pública para o colégio da EMBRAER, um dos melhores do estado de SP, minha primeira aprovação num Vestibulinho extremamente concorrido. E assim seguiu, com 17 anos eu já havia saído de casa para morar em outra cidade, estudar engenharia civil em uma UNESP da vida, uma das universidades mais conceituadas do país. Com 22 anos de idade eu estava formado, com um diploma de engenharia da UNESP, inglês avançado, carregado de vontade de continuar esse caminho. Durou 1 ano só, e hoje a mais de ano desempregado me pergunto o que fazer. A falta de experiência não ajuda, a crise não ajuda. Parece que continuar a estudar não tem ajudado. São só portas fechadas, as empresas não se dão ao trabalho sequer de responder que você não passou no processo. Tem profissional trabalhando por menos da metade do piso! O CREA não toma partido em nada e continua cobrando a anuidade no fim do ano sem desconto nenhum para quem nem empregado está. O que restou afinal para nós?

Eu tenho uma coleção de cubos mágicos na minha estante. Eu sempre gosto de usar eles para dizer o quanto gosto de resolver enigmas. Não é só um dom, é uma paixão! E eu só queria poder ser ouvido, queria que ao menos uma empresa, uma única pessoa que fosse, me desse uma única oportunidade, por que sinceramente, eu não preciso mais do que isso!

E tem sido difícil...