Emprego virou uma raridade sem
tamanho no mercado brasileiro. Há tempos se ouvia que profissionais da
engenharia tinham a total autonomia de escolher onde iriam trabalhar, as
empresas brigavam por um profissional qualificado, o mercado estava aquecido e
com déficit de profissionais na área. Hoje não há vagas! Até mesmo uma
entrevista tem sido extremamente difícil de se conseguir. O desemprego assola
nosso país, e mais pessoas são demitidas que contratadas, os meses passam e já com
mais de um ano a situação ainda não melhorou!
Eu cresci com esse discurso na
minha cabeça, de que estudando a vida seria mais grata com a gente. Passei
todos meus 25 anos de vida estudando. Com 14 anos sai da escola pública para o
colégio da EMBRAER, um dos melhores do estado de SP, minha primeira aprovação
num Vestibulinho extremamente concorrido. E assim seguiu, com 17 anos eu já
havia saído de casa para morar em outra cidade, estudar engenharia civil em uma
UNESP da vida, uma das universidades mais conceituadas do país. Com 22 anos de
idade eu estava formado, com um diploma de engenharia da UNESP, inglês avançado,
carregado de vontade de continuar esse caminho. Durou 1 ano só, e hoje a mais
de ano desempregado me pergunto o que fazer. A falta de experiência não ajuda,
a crise não ajuda. Parece que continuar a estudar não tem ajudado. São só
portas fechadas, as empresas não se dão ao trabalho sequer de responder que você
não passou no processo. Tem profissional trabalhando por menos da metade do piso!
O CREA não toma partido em nada e continua cobrando a anuidade no fim do ano
sem desconto nenhum para quem nem empregado está. O que restou afinal para nós?
Eu tenho uma coleção de cubos
mágicos na minha estante. Eu sempre gosto de usar eles para dizer o quanto
gosto de resolver enigmas. Não é só um dom, é uma paixão! E eu só queria poder
ser ouvido, queria que ao menos uma empresa, uma única pessoa que fosse, me
desse uma única oportunidade, por que sinceramente, eu não preciso mais do que
isso!
E tem sido difícil...
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