sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Quando O Natal Chegar.

Por Kauê de Paula


Quando o natal chegar eu vou estar preparado para a festa. Vou estar esperando ansioso aquele momento único do ano onde há um sentimento mútuo entre as pessoas de compaixão e amor, onde todos juntos compartilham desse sentimento belo e humilde, que como uma epidemia cobre o planeta na noite de natal.

Olhando agora para o céu a neve já começa a descer como pequenos paraquedas que caem calmamente sem destino na superfície do asfalto, eu paro pensativo e alguns flocos pousam no meu rosto quente. Meu pensamento se volta aos meus pais, que Deus os tenha, e todos aqueles natais em família que sempre marcaram os melhores momentos do meu ano e da minha vida.

Desde que meus velhos se foram as coisas mudaram bastante, e só restou na minha vida a minha doce amada das bochechas rosadas, meu amor eterno de toda uma vida. Nos conhecemos há umas duas décadas atrás e desde então já dividimos histórias e momentos que caberiam em cinquenta e tantos livros e prosas de amor.

E quando o natal chegar eu vou estar olhando para ela, para minha doce amada. Com suas bochechas rosadas ela vai estar sorrindo, eu sei que vai, por que é natal, e ela adora o natal. Ela tem um aumento de contraste e brilho nos olhos nessa data, eu sempre vejo e me emociono profundamente.

Quando o natal chegar ela vai estar linda, mas não linda como normalmente ela é. Ela vai estar deslumbrante com seu vestido vermelho, que combina com seus longos cabelos vermelhos e que combina também com aquelas gigantes bolas vermelhas que ela usa para decorar o pinheiro de natal na sua sala de estar.

Quando o natal chegar eu certamente irei estar olhando para ela, contemplando aquele sorriso bonito, olhando de todos os ângulos possíveis, mas olhando pela janela, do lado de fora da sua casa, na noite fria, coberto de neve, olhando pelo vidro gelado e embaçado, vendo ela ao lado da lareira comendo as delícias da ceia de natal. Ela vai estar com aquele brilho, aquele vestido e aquele velho sentimento que me emociona.

Eu olho pelo vidro como um espião da Interpol e a vejo afagando os cabelos do seu filho, que em uma linda roupa de inverno desfila pela sala ansioso para abrir os presentes. Ele vacila e uma mão o segura pelo braço “cuidado meu filho” diz a voz masculina que sorri para o garoto e o abraça, logo em seguida o pega no colo e se aproximando da minha amada a beija na testa com ternura. De fato uma família linda.

A garrafa de Whisky escorrega pela minha luva rasgada e eu a deixo cair na neve junto com as lágrimas que congelam antes de tocar o chão. Eu continuo ali, as horas passam e os fogos tingem o céu da meia noite. Ela abre um sorriso e a emoção gera lágrimas em seus lindos olhos verdes. Eles abrem presentes e esbanjam o estereótipo de família realizada. E eu sei que ela está feliz, além do mais, eu a conheço melhor do que ninguém.

Em algum momento depois da champanhe ela desvia o olhar para o vazio, e talvez esteja pensando em mim, mas logo seu marido a abraça e ela volta do transe, e eu em tal posição não posso brincar de prever devaneios, logo ignoro a vaga e improvável possibilidade e abro um sorriso.

Um sorriso bem largo, por que a felicidade dela me contagia, me emociona e me aquece naquela noite demasiada fria. E eu sei que o natal será mágico, por que ela estará lá, brilhando como a minha eterna rainha em uma noite singular de inverno. Quando o natal chegar eu vou estar sorrindo, independente dos fantasmas da minha vida, por que algo dentro de mim, além do álcool é claro, vai estar me aquecendo como em todos aqueles outros natais olhando nos olhos dela, eu sei que vai, e ali na janela eu me completo como homem e ser humano.

Mas só quando o natal chegar.


***Curte ai por favor! 
E um feliz Natal pra todos vocês!

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Perfeição.

Por Kauê de Paula


E quando dorme seus cabelos escorregam e se espatifam na minha cama. Eu fico assistindo seu sono e como se ela pudesse me ver, esboça um sorriso perfeitamente simétrico, que vem de alguma doce memória nos seus sonhos. Imagino o quão sortudo eu sou por tê-la comigo e fico me perguntando se serei capaz de fazê-la a mulher mais feliz para o resto das nossas vidas. Promessas essas que tenho vontade de cumprir toda vez que seus olhos brincam com os meus, e nos meus braços a envolvo como se pudesse protegê-la de todo o mal desse mundo.
Eu compro flores e visto minha melhor roupa para leva-la jantar, meus amigos dizem que eu sou romântico, mas eles não sabem, não sabem quão perfeita ela é, se soubessem certamente entenderiam que ela é merecedora de todo o amor desse mundo, talvez eu nem a mereça. Medo é o de perdê-la, será que eu sou o cara certo? Quando ela me abraça eu me perco em um mundo de amor, eu sinto como se não pudesse tê-la para mim, como se não pudesse discernir o que é melhor para ela estando tão cego de paixão.

É ai que então eu seguro a sua mão, passo os dedos pelo seu rosto e lhe digo que não importa o que aconteça, ela sempre será meu maior motivo de alegria e o melhor motivo que eu terei todos os dias de acordar todas as manhas sorrindo. Ela sorri de volta, diz que eu sou perfeito, mas o problema é que eu não sou, e a intensidade do meu amor sempre gerou demasiadas expectativas... Infelizmente.

Recalculando.

Por Kauê de Paula


Me pergunto aqui quais as palavras que definem o exato sentimento que eu quero descrever. Esse sentimento vazio, cheio de sensações misturadas onde o passado bagunça com o presente e o futuro arrasta os velhos e imutáveis paradigmas da minha existência.
É um choro sem motivo, onde nem ao menos eu sei por onde devo seguir. Um choro sem razões aparentes, sem saber se amanha vou acordar com a mesma vontade de agora. Me pergunto aqui quanto tempo vai durar isso tudo, arrastando insaciáveis desejos pintados de decepção. E se tudo de repente funcionar é aquela mesma velha mentira, a qual eu me engano todas às vezes, e no final eu estarei aqui de novo, escrevendo, escrevendo e escrevendo, para tentar transmitir em vão essa sensação vazia, cheia de mim mesmo, onde meu único abrigo é me apegar as minhas velhas ilusões e voltar a sofrer como eu deveras me acostumei.

Quero cinco doses de amnesia depois das seis da noite, para ver a lua e não se lembrar dos velhos tempos, onde não existiam motivos para se preocupar, onde cada momento era o Deus que me cercava, ditando as regras do jogo e me intitulando o senhor das minhas próprias e felizes verdades.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

A vida até então.

Por Kauê de Paula


Eu desci as escadas para assistir a minha vida em pedaços tortos sendo passados a minha frente, como memórias e lembranças de uma mesma vida vivida ao lado de pessoas que não tem a menor ideia de onde seu nível de raciocínio esta estacionado.
A vida é feita de pequenas decepções.
E sentado na escada eu conto os degraus já descidos, e quase de volta ao chão eu paro e reflito, me valendo do que já foi vivido até então, e me pergunto incessantemente se sou eu diferente demais ou realmente as pessoas são todas idiotas e limitadas por defeitos absurdos que nos levam a falhas constantes e metamorfoses completas em ciclos diários e ate mesmo pontuais... Impressionante a força que um gesto tem, o impacto de uma ação tão simples, às vezes sem maldade nenhuma causam terremotos, e em um coração tão inconstante e intenso, fica a incerteza, angustia e sina de que logo logo eu não poderei confiar em mais ninguém, nem mesmo nos meus próprios sentimentos egoístas, hora verdadeiros, projetados, hora sinceros.
A vida é feita de grandes decepções.
E aqui comigo aquela velha sensação de novo, e de novo, de um milhão de pessoas, mas todas adicionando a mesma coisa a mim: vazio, cada vez mais espaços entre os meus pensamentos e a simplicidade a qual estas gostam de usar para lidar e resolver conflitos múltiplos que demandariam teses e primaveras. Me cansei de tanta experiência, do que ela me vale em um mundo inconstante onde todos estão repletos de costume e certezas em cometer pecados e banalizar o senso comum... Alguém desce também as escadas e se senta ao meu lado, perco a concentração...

A vida é feita de pequenas e grandes decepções.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Pra não voltar.

Por Kauê de Paula


Eu queria um poema que fosse simples.
Palavras que fossem reais.
Sem ser carregado de clichês banais.
Eu queria escrever sem me preocupar com rimas
Ou muito menos com métricas e lírica.
Queria saber fazer mímica.
Pra só você ter a verdade.
E dançar da nossa liberdade.
Eu quero poder estar longe de imposições
Pra que possa ser sincero
Pra que possa me sentir livre
Estar onde nunca estive
Pra que possa dizer tudo sobre nós dois.
Eu quero fazer uma homenagem a você
Quero segurar as suas mãos e beijá-las
Olhar seu retrato e desejar-te.
E agradecer por tudo que vivemos
E por tudo que fizemos.
Por me tornar o homem que sou
Que por sinal e com certeza
Não é metade do que era antes de te conhecer
Nas manhãs frias e anoitecer
Quero contemplar seu sorriso simples
E tê-lo todos os dias ao lado da minha cama
Olhando nos seus olhos ao acordar
Beijando seu corpo sem parar.
Passeando pelos seus cabelos
E velando seu sono com todo o meu amor
Quero poder trazer a poesia pra você
Que venha do meu coração.
Do fundo do meu maior sentimento
Fruto da minha maior inspiração.
Quero condecorar a sua honra
De ser a minha princesa no castelo
Que eu hei de salvar e salvar
Pra não deixar de te amar.
Doces os teus beijos
Confortável o seu abraço
Na infinita beleza dos teus olhos
Encontrei a minha paz
Quem dera eu fosse capaz
De escolher ter te conhecido
Em uma outra época
Longe do caos, longe da guerra.
Se te tenho aqui
Meus medos se dispersam
E só penso em sonhos verdes.
De bosques floridos
Arco íris coloridos
Eu e você
Dançando pelos cantos
Pelas paredes
Pelos tapetes
Ligando os pontos
E pelas noites a fora
Te querendo como ontem
Hoje eu te venero
Amanhã eu te quero.
Com a cabeça recostada
Assistindo um cinema
No jantar a luz de velas
Na cozinha ou na janela
Suspiro de amor
Suspiro de terror
Quando paro de escrever
E posso enfim perceber
Voltando à realidade
De um mundo todo impar.
De números sem um par.
Onde você não vai estar.

domingo, 27 de outubro de 2013

O Assassino do Apocalipse.

Por Kauê de Paula



O sino badalou uma única vez, e as viaturas se aglomeravam ao redor da igreja de arquitetura medieval. Era a badalada das três da madrugada, quando o sino despencou dos dezoito metros de altura devido ao fogo que tomava conta dos adornos religiosos naquele pacato bairro afastado do centro da cidade. Os bombeiros tentavam conter o fogo, mas a chama bufava e gritava ganhando mais vida conforme o vento a alimentava com rajadas constantes de oxigênio. A cruz de dois metros de altura se encurvou e invertida ficou pendurada a alguns centímetros de tocar o chão. Esse era o cenário exterior, particularmente até belo se comparado ao homicídio que há pouco havia acontecido.

O corpo de uma jovem garota jazia sem vida em cima de um altar no centro da igreja, alguns focos de fogo ainda ardiam por perto e corpo parcialmente queimado revelava fortes sinais de tortura. Velas e artefatos religiosos cercavam o altar como uma espécie de ritual, dentro de um cálice havia o sangue da virgem sacrificada, um policial passou mal e teve de ser retirado dali ao mesmo tempo em que vomitava na cena do crime.

-É ele de novo, sem dúvidas. – dizia uma voz feminina em meio a todos ali.

-Espero que esse cretino seja pego logo capitã – dizia o Sargento Lopes.

O assassino do apocalipse, como havia sido batizado pelo departamento, estava atacando há cerca de seis meses, onde já havia feito sete vítimas incluindo a virgem incinerada na igreja. A capitã Malagutti era a chefe do departamento de policia da cidade e junto ao Sargento Lopes estavam à frente no caso desde o seu início. O caso já era de conhecimento público devido ao forte teor teatral ao qual o assassino deixava suas vítimas, e extremamente meticuloso fazia com que a polícia enfrentasse sérias dificuldades de encontra-lo.

-Já são sete, Lopes, o que vamos fazer? A mídia quer meu pescoço, as pessoas na rua estão com medo! – Dizia a Capitã.

-Calma Deb! – Dizia o Sargento tentando acalmar a chefe e amiga de muitos anos – A gente vai achar esse bastardo, ninguém faz toda essa bagunça e deixa a polícia sem pistas, nos estamos próximos de fechar esse.

E Débora Malagutti olhava friamente pela janela, com sua farda policial e seu rosto duro e emblemático, aonde apenas um amigo como Lopes poderia enxergar o real desespero que se encontrava sua chefe.

Oito suspeitos haviam sido listados das últimas investigações, todos com fortes traços religiosos e algum tipo de distúrbio psicológico. O detetive Carlos estava encarregado de interrogar os suspeitos, e após horas de conversa fiada trazia as mesmas más noticias. Nenhuma pista, nadinha. Eram todos possíveis assassinos em potencial, e Carlos que era um jovem cristão convicto sentia na pele a energia que aquele caso trazia pro seu estado de espírito.

Carlos havia ficado desconfiado de um dos suspeitos em específico, era um tal de Dênis Batista, sujeito estranho, com a bíblia debaixo do braço, papel de boa pessoa, pronuncia impecável, fiel convicto e estudado em ciências gerais, abre aspas para ciência forense. Mas nada incriminava o sujeito, tinha até algumas provas de que estava em outro lugar no momento de alguns crimes, impossível prosseguirem sem maiores fatores.

O telefone tocou, e uma denuncia anônima dizia haver um corpo em praça pública aquela tarde. Todos saíram em disparada até o local, onde um rapaz moreno estava pregado pelas mãos e os pés em um banco de madeira no meio da praça. Carlos olhava ao entorno e via as crianças pedalando e os casais andando e se perguntava como ninguém percebia um estranho com um corpo aparecer por ali.

O homem em posição de cruz estava esfaqueado em diferentes ângulos e desenhos tomavam forma em meio ao sangue que ainda quente começava a coagular sobre o corpo da vítima. Uma página da bíblia estava presente na obra do assassino e junto a ela uma mensagem direta e pessoal.

“Dei-te as chances necessárias Capitã, agora é a sua vez...”.

O semblante duro de Deb era mera fachada, o medo tomou conta dela e aquela noite ela não pode dormir. Seus detetives fizeram pouco progresso com aquela cena de hoje à tarde e ela sabia que agora estava na reta do homem a qual estava caçando.

-Sargento Lopes! Temos algumas informações novas! – Dizia Carlos ao receber o relatório do laboratório. Era possível verificar que os pregos utilizados estavam perfeitamente limpos e sem digitais, foram encontrados traços de substâncias usadas pelo próprio departamento de investigação forense.

-Ou seja, estamos lindando com algum perito, ou...

-Um dos nossos, Sargento! – Completou Carlos.

-Faça um relatório Carlos, e só entre nós dois uma lista de todas as possíveis ligações do pessoal do departamento com os assassinatos.

-Mas Sargento, você quer espionar nosso próprio pessoal?

-O que for preciso detetive, esse caso está fora de controle, faça isso.

As notícias traziam alguma esperança aos ouvidos da Capitã, e naquele dia ela sentava-se em uma mesa de restaurante no centro da cidade, onde o seu amigo Sargento Lopes lhe passava o relatório de progresso e jantavam como velhos amigos. Naquele dia, depois do jantar, o Sargento levou sua amiga para casa, para a sua casa, e lá eles puderam terminar o relatório de progresso que o vinho insistia em martelar na cabeça de ambos. A noite foi calorosa:

-Ele não vai chegar até você meu amor, eu não permitira – Dizia Lopes.

No dia seguinte todos no departamento aos seus afazeres e a Capitã e o Sargento como belos profissionais escondiam seu pequeno segredo. Enquanto isso Carlos batia em algumas teclas repetidas e depois de algumas análises encontrou uma digital na página da bíblia deixada na última cena do crime. O único problema era que a digital estava muito bem evidente o que era de estrema suspeita dada a perspicácia do assassino, mesmo assim foi analisada e batia com um dos suspeitos, o Sr. Batista.

Todas as viaturas foram mobilizadas à residência de Denis, e lá ele estava em uma espécie de ritual religioso, foi interrompido e algemado. Sem resistência foi levado ao departamento onde pela quinta vez estava sendo interrogado.

-Sim, eu estava na Igreja nesse horário – dizia Batista

E uma câmera de vigilância de um estabelecimento flagrava seu carro chegando à Igreja naquele horário, ele não estava mentindo, mas algo estava errado. Do lado de fora o Sargento mordia a manga da camisa social e Carlos aflito dizia:

-Não o temos como assassino, apesar de não sabermos se era ele no carro e não termos nenhuma testemunha ocular. Precisamos de mais, peça a Capitã um mandato para investigarmos a casa dele.

O Sargento assentiu com a cabeça e se dirigiu até o gabinete de Deb, ela não estava lá. Em cima da mesa uma cruz e um envelope com borrões vermelhos.

-Droga, droga, DROGA! – o Sargento saiu gritando com o envelope ensanguentado nas mãos – Foi uma armadilha! A capitã foi sequestrada enquanto íamos atrás do suspeito, todos pra rua, agora!

Carlos olhava pro Sargento que estava apavorado e apesar da situação sentia que ele estava comovido demais com o sequestro. Carlos sem pressa liberou o Sr. Batista e em seguida se juntou a equipe de busca.

Em uma sala escura Malagutti só ouvia a sua própria respiração, deveria estar há horas ali, se lembrava de uma forte pancada na cabeça enquanto se dirigia ao seu carro no estacionamento do departamento. Ela gritava:

-Quem está ai?

-Socorro!

-Alguém me ajude!

O som ecoava pelas paredes e um som distante entrava pela fresta de luz que parecia ser uma porta. Alguém estava ali com ela, e frequentemente passeava pelos arredores deslizando objetos frios pelo seu corpo e derrubando líquidos estranhos na sua cabeça. O assassino deslizava maciamente uma lamina pelo corpo da capitã, e ela podia sentir o sangue tomando conta da sua pele em vários pontos, ele pôs uma venda e mordaça nela e só depois de dois dias inteiros proferiu as primeiras palavras:

-Foram muitas brechas capitã, seu pessoal está lento. – E a voz vinha em um tom perceptivelmente forjado e abafado por algum objeto.

-Eu andei pensando... Não quero que isso acabe aqui, vou te dar mais uma única chance o que acha? – E a capitã balbuciava sons pela mordaça na sua boca.

-Foi o que eu imaginei... Eu vou te soltar, e você terá uma semana, sugiro que você aja com cautela e sabedoria... – alguns minutos seguiram em silêncio, o assassino pegou alguma coisa com as mãos e se aproximou de novo da Capitã.

- Já diria a bíblia Capitã, ‘’quem semeia a injustiça sempre colherá a desgraça’’, será que você é capaz de fazer justiça? – E então outra forte pancada na cabeça e apagou.

Acordou horas depois no hospital, havia sido encontrada em uma esquina qualquer, agora podia ver seu corpo e os vários cortes que havia nele. Sentiu vontade de chorar, mas a sua vida só estava ali por um único desafio, e ela iria desvendá-lo. Em menos de 24 horas teve alta, os cortes não eram graves apesar de muitos. O Sargento Lopes abraçou a Capitã ainda na ala médica e duas lágrimas rolaram pelo seu rosto:

-Foi culpa minha, eu descuidei, eu te prometi, meu Deus, me desculpa...

-Calma, Sargento, não tinha como você adivinhar, não é hora para desculpas e arrependimentos, vamos prender esse cretino.

No Departamento a capitã puxou Lopes para seu gabinete e no sigilo contou todos os detalhes do sequestro.

-Eu sinto Lopes, eu posso sentir que era alguém daqui, ele era extremamente cauteloso em não deixar a sua voz verdadeira aparecer.

-Mas isso pode ser uma cautela geral Capitã.

-Eu sei, mas eu sentia que ele não queria que eu ouvisse a voz dele como se eu já a conhecesse. Precisamos investigar nosso pessoal, é um pressentimento, o que acha?

-Eu já fiz isso Capitã, Carlos está em sigilo juntando informação do pessoal.

-E o que temos até agora?

-Não sei, ainda não o vi, vou verificar e te informo.

O Sargento trombou Carlos e descobriu que sua investigação não levava a lugar nenhum, ninguém ali de dentro se encaixava dentro do quadro de assassinatos dos últimos meses, era um beco sem saída.

Mais tarde naquele mesmo dia Carlos foi visitar o Sr. Batista, algo dizia que aquele homem ainda tinha algo a esconder. O homem sempre bem humorado convidou o detetive a entrar, e com a mão sempre próxima a pistola na cintura Carlos foi entrando e analisando cada canto da casa. Ele sabia que a conversa ali não levaria a nada, Batista era um homem de bom diálogo, e depois de correr bem os olhos por tudo não achou nada que fosse suspeita dada a casa de um homem extremamente religioso.

-Acho que é só Sr. Batista, me daria um copo d’água?

-Claro meu jovem, já volto.

E enquanto o homem adentrava na cozinha o detetive bisbilhotou as anotações sobre a mesa e os livros na prateleira, nada despertava suspeitas, até que então ele olhou no lixo do escritório e achou a bíblia que o Sr. Batista vivia carregando consigo. Suspeitou e a pegou, e encontrou uma página faltando em Apocalipse, à justa página da cena do crime. Era uma informação importantíssima, mas não conclusiva, guardou a bíblia sem que o homem percebesse e foi embora sem dizer nada.

Chegando ao departamento pode concluir que a página realmente pertencia à bíblia do Sr. Batista. “Bingo” pensou sozinho. Não avisou ninguém, foi fazer a apreensão sozinho, queria todo o mérito, há tempos almejava por uma promoção no departamento.

A Capitã estava nervosa aquela tarde:

-Não é possível Sargento, como nenhum deles é suspeito?

-Nada Deb, todos limpos, Eu verifiquei todos os registros do Carlos.

-E quanto ao Carlos?

-Como assim? 

-Quem o investigou, eu digo.

-Ninguém, ele é de extrema confiança, eu achei que...

-Ora Sargento, ninguém aqui está em confiança nessa situação. Até você pode ser considerado suspeito.

-Você não está exagerando Deb? Carlos é um dos nossos melhores detetives, está quase sendo promovido.

-Por isso mesmo, um dos melhores faz o papel perfeito de assassino meticuloso. E outra. Carlos não é o tal religioso do Departamento? Cheio de devoções e orações diárias?

O Sargento se pegou pensativo por um instante.

-Você tem razão!

-Então eu mesmo vou investigar, faça-me o favor e mantenha-o aqui no departamento.

-Sim Senhora – disse o Sargento, sem saber que Carlos já não estava mais ali.

A Capitã fez uma longa pesquisa e baixa de dados e em uma fixa anexada ao perfil do detetive, e encontrou um quadro clínico que indicava que Carlos sofria de uma disfunção psíquica aos doze anos de idade, mas que havia dado como curada depois de alguns anos de tratamento. Mas foi o suficiente. Ela se levantou e foi até a sala de Carlos, ele não estava. Então foi até a sala do Sargento, e ele também não estava lá.

Os rádios e telefones não respondiam, e quando a preocupação começou a aumentar a Capitã colocou patrulhas na rua. E segundos antes de emitir uma ordem de busca seu celular tocou.

-Deb!? É Lopes falando. Venha até a igreja do centro, rápido!

As patrulhas chegaram em poucos minutos, e na escadaria da igreja havia um homem esquartejado em seis partes. A cena era bizarra, e o sangue descia a escadaria como uma fonte que já seca emitia um cheiro forte de ferro no ar, que embriagava a sanidade de qualquer um ali presente.

-Carlos não está aqui! – Dizia a Capitã

-Eu não consigo localizá-lo o dia todo – Sugeriu o Sargento.

Um policial se aproximou dos dois e os deslocou a uma viatura, onde um vídeo mostrava o carro de Carlos chegando há horas atrás na casa do Sr. Batista.

-Esse carro é de Carlos – dizia a Capitã

-E essa casa é do Batista – dizia o Sargento

-Um dos suspeitos! – exclamou a Capitã

-Que agora está ali na escadaria esquartejado – disse o policial em tom informativo.

Os dois se entreolharam e a Capitã emitiu o mandado de captura ao detetive. O que parecia ser uma longa jornada pela frente se acabou em dois minutos depois quando uma viatura informou que Carlos estava na casa de Batista.

Entrando pela porta Carlos já estava algemado, suas roupas estavam ensanguentadas, e uma faca jazia ao chão. Os policias afirmaram que ele estava de pé, estático com a faca em mãos quando chegaram. O sangue deu positivo quanto ao do Sr. Batista, e Carlos permaneceu quieto, imóvel e completamente ausente da situação.

Em direção à cadeia o detetive balbuciava hinos religiosos e se auto aplicava orações de perdão. A capitã e o Sargento iam calados. Carlos não negou a culpa, nem confessou nada, se recusou a falar diante de qualquer um. Em estado de choque ele se fazia passar por um lunático.

A noite caiu e na casa de Deb, o Sargento tirava a camiseta ao se deitar na cama com a Capitã.

-Jamais desconfiaria de Carlos – disse Lopes.

-Pois bem Sargento, eu ainda estou pasma, há algo nessa história que não bate.

-Como o que, por exemplo? Ele possui o perfil que procurávamos você mesmo viu, o cara estava fora da realidade, nesses surtos psicóticos ele deve ter assassinado todas aquelas pessoas.

-Talvez tenha razão Sargento, mas o olhar dele era de medo, você sabe como esses religiosos encaram o mundo, são capazes de tudo pelos dogmas que acreditam, e se o assassino o usou?

-“São capazes de tudo” você mesmo definiu a culpa dele agora. Eu acredito que as provas não mentem, e elas são muitas!

-Não mentem mesmo, você tem razão, talvez seja só a loucura dessa história toda e de ter que imaginar um colega de trabalho se tornando um dos maiores assassinos que o meu departamento já viu.

-Eu sei qual é a sensação, todos estão pasmos, mas você fez a coisa certa.

Lopes beijou os pés da Capitã e foi subindo lentamente pelo seu corpo até ficar em cima do corpo da mulher, beijou seu pescoço e ela disse:

-Vamos aproveitar a noite então, Já que a justiça foi feita!

“Pode apostar” disse Lopes mordiscando a orelha da Capitã e suavemente segurando suas mãos cochichou nos seus ouvidos:

-Ele teve o que merecia Deb, por que “quem semeia a injustiça sempre colherá a desgraça.”.
            

sábado, 26 de outubro de 2013

Tudo que eu ainda não vi.

Por Kauê de Paula


A gente se acerta em cada sorriso
De um simples e doce abraço amigo
No trejeito dos seus movimentos ao me fitar
No seu tão único jeito de me admirar
Eu te retribuo com o olhar misterioso
Tentando bancar o rapaz charmoso
Que você já conhece de outros tempos
Não se deixa levar por esse momento
Tentando te trazer belas memórias
De que existe no fundo uma história
Que foi feita e regada à base de amor
Com poesias, chocolates e uma flor.
Que murchou depois de uns dias
Depois de longas noites frias
Buscando no seu corpo abrigo
Por que sem você eu não consigo
E volto a sorrir quando te vejo
Envergonho-me quando percebo
Que você está me olhando
E me perco no que estou falando
E quando seus lábios se movem
Meus ouvidos não ouvem
Eu só paro, penso e adivinha?
Imagino a sua boca na minha
E te levo para ver o por do sol
Desligo o vídeo game e o futebol
Afago seus cabelos no meu peito
E registro o momento perfeito
Onde você abraça o meu perdão
E eu te dou o meu coração
De mãos dadas com convicção
No silencio sem reação
Você me traz todas as certezas
De todos os sonhos e fortaleza
Que me torna o homem que sou
Não importa mais pra onde eu vou
Por que eu quero ficar bem aqui
E ninguém pode me tirar daqui
Pois só você tem a cura
Pras minhas noites escuras
Então não me deixe olhando as paredes

E sonhando seus lindos olhos verdes.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Dois lados dessa moeda chamada obsessão.

Por Kauê de Paula


Saiu sem pressa pra voltar e quando contornou o quarteirão nem percebeu mais o quão perto estava. Era a rotina que se concretizava toda sexta à tarde quando ele no meio do caminho encontrava na praça esverdeada de grama e crianças brincando a sua garota, que vinha em sua direção com o mesmo sincero e verdadeiro sorriso no rosto de sempre.
Ele a abraçou ali pela octogésima quinta vez e nada parecia diferente, o amor era um sentimento belo em que eles faziam questão de mostrar para o mundo, além do mais, o deles era perfeito, e nada podia tirar isso deles.
Valentina tinha seus cabelos pretos e os olhos verdes que tiravam todos os suspiros no riso com covinhas de Diogo, que com seu estojo da faculdade arrancava folhas de caderno para escrever juras de amor em forma de cartas e poesia.
Ele afagou seus cabelos enquanto ela encostava sua cabeça em seu peito, e enquanto ela adormecia ele fitava seus olhos fechados e sentia o cheiro de shampoo dos seus cabelos. Ela lhe dava bom dia e o abraçava como se fosse a primeira vez, eles tinham um cachorro que costumavam chamar de filho, tinham uma amizade que costumavam chamar de bela e tinham uma promessa que costumavam chamar de amor.
Até que o pra sempre, sempre acaba, e Diogo foi embora, deixando tudo para trás com a certeza de que o destino era mais forte que sua vontade de permanecer ali e costurar os remendos de promessas e sonhos que despencavam em palavras tristes e olhares frios.
Valentina com as lágrimas nos olhos não podia entender, aonde o amor havia se escondido? Ele era real, ela sabia disso, mas havia se perdido em alguma esquina, e agora era tarde demais para voltar e buscá-lo.
Algumas cartas se perderam em devaneios de mentira, alguns presentes se transformaram em fardos e boas memórias deram espaço a dor e sofrimento. Quem um dia ira dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração?
Dias e noites passaram, e a pergunta remoía seus neurônios: por quê? Ninguém sabia, nem Diogo, que acreditava estar fazendo o melhor para ambos. Seguiu seu caminho, seguiu tão a risca que quando se perdeu não percebeu, e só acordou no ônibus da vida quando já haviam passado seu ponto há horas.
Valentina seguiu também, insegura, talvez certa demais, mas sempre sem perder os sonhos e a confiança nos próprios passos. Ela tinha sua parcela de culpa e entendia que as falhas eram inúmeras, a vontade de consertar era sempre retomada na cabeça, mas o tempo havia passado, e quem lá iria saber se existiria uma segunda chance para o que costumavam chamar de amor. Dormiu, Esqueceu.
Tarde da noite Diogo desembrulhava coisas antigas no seu guarda roupa e encontrou a metade de um chaveiro, a metade que havia ganhado de Valentina há muito tempo, simbolizava as metades das suas vidas, do seu amor e das suas promessas. Sentiu uma leve pontada dentro do peito e se pegou pensando de novo no que um dia tinha sido perfeito. “por quê?” ele se perguntava, mas as respostas ecoavam longe em um universo de erros e dor. Sabia que deveria olhar para frente, todos sabiam, Valentina sabia, a vida não nos permite errar duas vezes, ou permite?
Suas fotos na internet estavam lindas, e em algumas ainda ressuscitava a doce e velha magia que fazia seu sorriso brilhar. Eram desconhecidos completos, fantasmas de uma lembrança que parecia um sonho, fadados a acreditar que seus olhares jamais se cruzariam de novo. Por medo, por remorso, por orgulho.
A vida tem dessas coisas, e dentro de cada qual o sonho não havia morrido, por que ninguém desiste do amor quando vale a pena, mas mais do que confessar e pagar seus pecados eles tinham que romper uma barreira que ainda não conheciam, não tinham afinidade, e agora mais do que nunca, não se viam e esperavam dentro de si de coração apertado e misterioso ao mundo que o outro desse o primeiro passo.

Esperariam sem pressa que o amor voltasse de meia dúzia de palavras e fotos rabiscadas, mas enquanto ninguém decidia continuavam ali, Diogo e Valentina, perdidos na vida um do outro, buscando e expulsando demônios pessoais, mas sem saber que a vida era dura, e sendo assim, jamais se encontrariam de novo.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Se você realmente me amasse.

Por Kauê de Paula


Se você realmente me amasse do jeito que você diz, você me traria lírios brancos roubados dos campos na primavera para decorar meu vaso de cristal na sala de estar. Você arrancaria um planeta do céu e o penduraria no teto do meu quarto para eu me lembrar de você. Você me ensinaria todos os passos de Patrick Swayze em Dirty Dancing para dançarmos por noites inteiras na varanda do seu apartamento.
Se você realmente me amasse a metade da forma que eu amo você, você compraria passagens exclusivas para Veneza e me levaria visitar seus lindos canais. Você pintaria todos os dias nublados de azul. Você sentaria comigo no tapete do meu quarto e ouviria todas as faixas do The Dark Side Of The Moon assistindo O mágico de Oz.
Se você realmente me amasse da forma que você diz, Você velaria meu sono com um sorriso no rosto sabendo que ninguém jamais o veria. Você convenceria o papa de que religião nenhuma pode julgar ou normatizar o amor. Você pegaria todos nossos momentos em poesia e traduziria Camões, Vinicius e Drummond para oitenta e sete línguas diferentes.
Se você me amasse do mesmo jeito que eu te amo, Você cantaria todas as letras da Legião Urbana para mim enquanto eu toco o meu violão. Você buscaria nas estrelas o desenho que completasse as nossas juras de amor. Você me levaria tomar um café na Starbucks depois de um dia longo e cansativo de trabalho.
Se você me amasse realmente da forma que diz, você voltaria até aqui, olharia nos meus olhos e diria que nada do que temos é real. Por que se você me ama a metade do que eu amo você, você saberia que hora ou outra teria que admitir o nosso destino de jamais estarmos juntos. Se você realmente me amasse da forma que diz, você não correria pra longe dessa forma covarde e me traria as respostas de um sonho bom. Se você me amasse do mesmo jeito que eu te amo, você teria a certeza de que o fim seria sublime, cego e obscuro aos olhos de quem está apaixonado.

De certo, não há razão para se dizer, mas o amor é mais do que você imagina ser, então olhe para onde meus olhos não estão, e seja amanhã os sonhos que eu te dei, os versos que te fiz e todo o amor que te dei, para uma nova página, para um novo alguém.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Adeus céu azul.

Por Kauê de Paula


A chama dançava na lareira estalando a lenha pálida
E calmamente sua esposa aproximou-se e disse: Estou grávida.
Na porta as batidas súbitas traziam a noticia e a revolta.
A carta da pátria vinha com o amargo chamado sem volta

Na mochila a certeza do futuro incerto e nada mais
O uniforme martirizava e segregava as diferenças e os ideais
O avião cruzava o oceano e os olhares eram de medo.
E na boca do inimigo ao chão aquele forte gosto azedo.

As tropas cada vez menores conduziam sua jornada
Crianças mutiladas, sangue e mulheres sendo estupradas.
E pelas cidades vizinhas deixavam a marca da destruição
Eram tempos sádicos onde não se existia sequer compaixão.

Ele observava que todos ali corriam por abrigo
Quando os soldados vinham de Norte a Sul
E as promessas de um admirável mundo novo.
Desfraldavam sob um limpo céu azul.

Para compreender aqueles olhos tão frios e simplistas
Arrastados por uma censura moral, silenciosa e fascista.
Você talvez deva patinar sobre o gelo da vida moderna
Onde um milhão de olhos choram em uma escura caverna

As bombas riscavam o céu naquela falsa democracia
Como lindas gaivotas fantasiadas de demagogia.
E atrás da farda e bigode aparado alguém decidia
Uma única mente escolhendo quem vivia ou morria.

Do outro lado sua esposa já aceitava a sua morte
E com outros homens seu corpo era leiloado à sorte
E já nesse mundo podre seu filho nascia e respirava vivo
Com a imagem do pai que jamais havia conhecido.

O perfume nos campos de concentração era de dor
A vida era algo que ali não se atribuía mais valor
A morte era tão certa quanto o ato de respirar
E o som das balas traduzia onde todos iam findar

E quando voltou aos confins de onde saiu
Deparou-se com os destroços gerados pela guerra
E sabia que ali, debaixo de toda aquela merda.
Existiu um lugar que costumava chamar: minha terra!

Doce e belo com traços de humor, é fácil falar de amor.
Mas este sorriso gostoso não se tem mais em qualquer cidade
Em alguma esquina do mundo ainda existe, com certeza.

Uma pobre alma que não sabe quem é essa tal de felicidade.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Eu Nem Te Conheço.


Seus olhos seus sorrisos, 
Sua boca o seu cheiro, 
Seu cabelo vermelho, 
Me tira do sério.
seus lábios nos meus, 
É tudo o que eu quero, 
E não custa sonhar, 
Aqui no meu quarto.
e suas fotos aqui na tela, 
Do meu computador, 
Me dizem discretas, 
Que pode ser amor
venha até aqui, 
Para ser minha rainha, 
Te dou todas rosas, 
Roubadas desse mundo.
você não faz ideia, 
Do quanto se encaixa, 
Na minha poesia, 
E na minha vida.
você é perfeita, 
Do jeito que sempre quis, 
E eu não penso em mais nada, 
Desde que te conheci.
Me dê uma chance, 
De entrar no seu mundo, 
E fazer dele, 
Um lugar melhor.
vou cruzar o horizonte, 
Pra buscar as estrelas, 
Só pra decorar o seu céu.
e no canto esquerdo, 
Do meu peito agora, 
Tem uma vaga sobrando, 
Só pra você.
e o que você me diz? 
Me dê a sua mão, 
E me deixe te levar, 
Pra qualquer lugar,
pra ver o por do sol, 
Sentados no terraço, 
Brincando de ver, 
Quem pisca primeiro.
eu vou me perder, 
No fundo dos seus olhos, 
E nunca mais, 
Vou querer voltar.
e falando sério, 
Eu quero te ver, 
Aqui do meu lado, 
Sorrindo pra mim
e quando for deitar, 
Logo antes de dormir, 
Eu vou te dizer, 
Que amo você
e quando acordar,
Com o sol na sua janela, 
Quero ser a primeira coisa, 
Que você vai ver.
sorrindo apaixonado, 
Te dando bom dia, 
Pro resto de nossas vidas.

E eu nem te conheço,
Mas você é linda demais.