Por Kauê de Paula
Me pergunto aqui quais as palavras que definem o
exato sentimento que eu quero descrever. Esse sentimento vazio, cheio de
sensações misturadas onde o passado bagunça com o presente e o futuro arrasta
os velhos e imutáveis paradigmas da minha existência.
É um choro sem motivo, onde nem ao menos eu sei por
onde devo seguir. Um choro sem razões aparentes, sem saber se amanha vou
acordar com a mesma vontade de agora. Me pergunto aqui quanto tempo vai durar
isso tudo, arrastando insaciáveis desejos pintados de decepção. E se tudo de
repente funcionar é aquela mesma velha mentira, a qual eu me engano todas às
vezes, e no final eu estarei aqui de novo, escrevendo, escrevendo e escrevendo,
para tentar transmitir em vão essa sensação vazia, cheia de mim mesmo, onde meu
único abrigo é me apegar as minhas velhas ilusões e voltar a sofrer como eu
deveras me acostumei.
Quero cinco doses de amnesia depois das seis da
noite, para ver a lua e não se lembrar dos velhos tempos, onde não existiam
motivos para se preocupar, onde cada momento era o Deus que me
cercava, ditando as regras do jogo e me intitulando o senhor das minhas
próprias e felizes verdades.
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