sábado, 16 de junho de 2018

Sente-se no sofá onde fizemos amor pela primeira vez

  
Rihanna - Man Down


O amor é inefável! Ou seja, não pode ser expressado verbalmente. É dotado de tantos nuances e beleza, tantos vínculos, memórias e atributos que é incabível dentro das palavras do nosso idioma. É uma espécie de divindade que habita nosso corpo e que nos norteia pela vida, baseado exclusivamente na fé que temos sobre ele. Por isso é sempre lindo falar sobre ele, por isso é sempre falho tentar demonstrar seu tamanho, e por isso tantas pessoas se identificam e se apegam as tantas palavras e definições maravilhosas que a gente vê por aí.... Hoje eu não vim falar de amor! De amor todo mundo fala, hoje eu vim contar uma história, uma que ficou perdida em algum lugar no passado e precisa ser escrita! Então puxa uma cadeira aí, senta, vem comigo e vamos com calma, a gente vai falar sobre algumas coisas que precisam ser escritas e saírem do meu peito! Shall we dance, mademoiselle?


Sabe, o tempo é um baita catalisador da vida! A gente senta na janela e depois de muito pensar e viver, pensar e viver, acaba encontrando alguma razão para coisas que não tinham razão há tempos atrás. Eu passei muito dos últimos meses fazendo esse exercício de ‘vivenciar o nós’ na minha cabeça, de trilhar dia a dia tudo que vivemos e conquistamos juntos. Confesso que no começo doía muito, às vezes eu preferia esquecer, pôr de lado, acreditar que a vida precisava ser vivida no presente e que começos sempre são recorrentes na nossa jornada. Porém pontos finais são tão importantes quanto! Principalmente aqueles em que a gente aprende alguma coisa valiosa! Hoje é mais fácil, sem dúvidas, e apesar de algumas poucas lembranças ainda machucarem, eu levo tudo tranquilamente, como um doce filme que eu assisti há anos atrás e ainda me emociono um pouquinho de lembrar o quão mágico foi. Em outras palavras, eu abri meu coração de novo para o mundo, aceitei que histórias assim podem ser vividas mais de uma vez, e que diferente da nossa, podem ter sim um final feliz.


Apesar de todos os tropeços e todas as brigas, que foram mais do que deveriam, eu ainda consigo tirar de todos os momentos que tivemos coisas boas. E isso é muito importante, creio eu! Saber que mesmo frente a maior das mágoas, mesmo em decorrência do pior dos caminhos tomado, ainda existe uma narrativa bonita que me diz que valeu a pena! Eu, aos poucos, fui me permitindo perdoar cada um dos seus ‘vacilos’, ou cada uma das vezes que me senti magoado ou ofendido por você. Acho que de um modo geral eu aprendi a olhar para mim mesmo, completamente fora da situação e sem nenhum tipo de dor ou ódio, e percebi que muitas vezes o erro também era meu, que para se chegar a tal ponto eu também falhei com a minha parte de zelar por uma relação melhor. No entanto confesso que para mim é mais fácil perdoar os outros, mas creio que ainda não consegui me perdoar por muitas coisas, minha culpa em cartório é pesadíssima! Eu sei que você sempre soube que as intenções eram das melhores, digo porquê eu nunca duvidei disso da sua parte também! Eu sempre quando me questiono o que aconteceu, se tudo aquilo foi real mesmo, eu volto para aquela mesma cena, da gente na sua cama, olhando o céu pela janela, os carros fazendo a trilha sonora e a gente planejando um futuro que estava muito além de nós. Tão inocente, tão incerto, tão cheio de um valor incalculável. Ficou ali naquela cama entre paredes pedaços valiosos de uma história linda, se criou ali em cada olhar, em cada presente, em cada janta de Ifood nas noites frias um vínculo que resistiu até o último minuto, que nos segurou juntos até o esgotamento total de esforços possíveis. Às vezes sinto que não era para ser, e às vezes me sinto responsável.... Às vezes os dois!


Devo dizer que não é tão fácil achar nesse mundo o que existiu ali! Não sei se pelas risadas na madrugada, pelas fotos todas que eu ainda guardo comigo sem saber o porquê, pelas cartas e bilhetes pela manhã, pelos presentes criativos, surpresas malucas, viagens emocionantes, pela naturalidade com a qual a gente parecia se completar tão bem, quando tudo era lindo e perfeito.... Não sei dizer! Porém eu não falo nem de amor, falo da conexão, de espiritualidade, de cumplicidade. E devido a isso me reservo no direito de dizer que apesar de tudo e mesmo frente a toda a contestação de um mundo/sociedade que não aceita esse tipo de coisa, eu deixo uma porta aberta! Claro que a vida é curta, o tempo voa, o perdão é uma dádiva e todos esses grandes clichés do manual autoajuda da vida bem vivida. Mas deixo aberta por achar que certas conexões não devem ser rompidas, certas facetas do aprendizado que a gente carrega merecem ser compartilhadas ad aeternum. Eu tenho uma porção de razões para acreditar que as vidas das pessoas são mais do que retas que se encontram um dia e amanhã nunca mais. Eu espero o melhor de você, de nós! Espero que mesmo cada qual no seu sonho possamos ainda realizar aquela porção de desejos daquela listinha! Que a felicidade continue existindo em cada pedacinho de prazer da vida, e que a gente sempre se esbarre nela por aí. Eu preso pelo bem de quem um dia me estendeu a mão e foi um mundo para mim. Eu quero te dizer que eu te amo! De um jeito estranho, talvez! De uma forma não muito convencional, de uma distância enorme que pode ser eterna e até mesmo correta, mas eu quero usar ainda algumas linhas para manter vivo alguns daqueles sonhos! Acreditar que a felicidade compartilhada não se esvazia tão fácil assim!


Eu não espero jamais um perdão, tão menos uma mão estendida. Só a alegria de acreditar que esse caminho é o certo, que ao final valeu, que foi justo, que trouxe para a vida de cada um aquilo que precisávamos para evoluir como almas nesse plano. E mesmo como a última das opções que você jamais precise, estarei por aqui. Contar comigo é uma das promessas que eu espero jamais quebrar a alguém. Obrigado e desculpa a demora! Eu estava arrumando a casa, e você bem sabe o quão sistemático eu sou e o tempo que me leva para por tudo em seu devido lugar...

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