sábado, 5 de agosto de 2017

Uma breve reflexão sobre o amor






Quando colocou o pé para fora do carro e tocou o chão senti meu coração palpitar como uma bomba explodindo. Antes da porta abrir eu já tinha a visão completa: O cabelo metade preso num coque e descendo caracolados em cascata pelo pescoço, o sorriso brilhando como nunca. Eu já tinha o vestido branco degrade desenhado na minha cabeça, com a coroa de flores e o arranjo em cascateado...

Amor sempre foi mais do que as pessoas vêm por aí. É tão injusto passar a vida assistindo filmes no cinema achando que tudo não passa de um enorme romance. A gente cai na vida das pessoas e sequer sabe como agir. A gente não aprende em lugar nenhum o real comprometimento que se tem em uma relação. Às vezes a vida passa e continuamos sem entender.

Me reservei por alguns bons anos para poder escolhe-la. Para poder ter certeza de que eu estava certo, investindo parte de quem eu sou num sonho comum. É preciso se doar, se entregar, se deixar convencer. Abdicar de algumas certezas, ponderar dezenas de vontades. O amor é um jogo de azar, onde às vezes a gente ganha e às vezes a gente perde, mas onde a diversão não acaba.

Gosto de cartas, flores, surpresas, bilhetes. Tudo a moda antiga! Gosto de abrir a porta do carro, beijar a testa e segurar mãos. O amor é uma massagem nas costas dada sem hesitar, é um convite aceito sem relutar, é uma cumplicidade cega sem ressalvas. Amar é arrumar o quarto e lavar a louça, fazer um lanche na madrugada e levar o cachorro para passear. Se colocar no lugar do outro e suportar o mundo nas costas por alguém. 

Para amar é necessário pôr o orgulho de lado, se despir de toda a vaidade e egoísmo, se preocupar de verdade e não se importar em quanto esta o saldo de favores da relação. Tem gente que acha que amar é ver filme no sofá no final de semana com chuva. Amar é sair cansado do trabalho e passar de surpresa na casa da pessoa com um guardanapo escrito “eu te amo”. Quando a gente ama dentro do tempo que a gente tem, o amor vira vitrine. Só existe amor quando distorcemos o tempo para distribuir o amor. Einstein e sua relatividade são uma ótima metáfora.

Uma viagem de trem, uma praia deserta, taças de vinho e teatro a noite. Do que vale o amor se não celebrado de forma total. Quem já passou pelo pior dia da vida, estufou o peito, pôs a melhor roupa e foi encontrar alguém para lhe dar um dia maravilhoso sabe o que é amor. Saber viver uma vida bosta e ainda fazer o outro rir, compartilhar, dividir experiências, fazer planos. Não adianta viver escondendo as coisas ruins, ou os planos para o futuro. Amor é planejar juntos, é sinceridade. 

Demora, mas a gente acha. Esperei, mas achei nela a magia. O sorriso. Nada como receber carinho e poder doar tudo que a gente tem de melhor. Tem gente que perde o amor quando passa por fases ruins, na verdade é justamente o contrário, do amor a gente espera só força e parceria nos momentos difíceis. Amar é saber administrar tudo isso fazendo com que jamais se desgaste essa vontade enorme de ver a pessoa, abraça-la, cheira-la, toca-la e deitar ao seu lado para mais uma noite de descanso.

Eu vi ali cada cafune, cada elogio bobo na cama, cada janta em cada restaurante, cada piada e sorriso que fiz ela dar. Vi um mar de surpresas e presentes, de datas festivas e conversas jogadas ao vento. Toda a cumplicidade de um felizes para sempre que começava novamente naquela data. 

Ela estava linda... De hoje para sempre!

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