segunda-feira, 27 de julho de 2015

Mais dose de vinho e de você.

Te conheci num bar, numa noite quente. Eu não estava procurando um sorriso tão bonito como o seu, e confesso que achei o seu cabelo engraçado, todo bagunçado, e logo de cara eu adorei esse seu jeito atrapalhado, desastrado. Você chegou devagarinho, e eu soube logo de cara que gostaria de te beijar a noite toda. Você não veio com cantadas baratas, só me contou do seu trabalho, do seu cachorro, da sua ex noiva e da sua paixão por vinhos e futebol. Me cativou a noite toda, e não trocamos nada além de bons assuntos, gargalhadas e sorrisos. Pois é, nem eu acredito, logo de primeira você me fez sorrir, me fez querer saber mais sobre o cara mais velho do bar. Você me elogiava o tempo todo, dizia que eu era a morena novinha mais inteligente que já havia conhecido. E eu acreditava em cada palavra que saia da sua boca, dessa sua boca rosada e linda, coberta por essa barba bem feita e clarinha. Você tem aquelas sardinhas que eu tanto gosto, e porra, aquele seu jeito de mexer no meu cabelo, mexeu comigo. Eu me imaginei nos seus braços logo na primeira noite, mas resisti. E você insistiu, pediu meu telefone, endereço, pediu também mais uma taça de vinho e me convidou para tomar sangria no outro dia. É como se você já soubesse os meus gostos, meus medos, dramas e pequenas coisas que me fazem feliz. Você apareceu na porta da minha casa, e sem falar nada e roubou um beijo. Um dos melhores beijos que já senti, seu corpo estava quente e sua boca tinha gosto daqueles espumantes frescos que eu adoro tomar. E o tempo foi passando, quando eu percebi eu já sorria com suas mensagens de "bom dia" me dizendo que o dia estava lindo e que você gostaria de estar comigo. Em pouco tempo, combinamos viagens, você dizia que me ensinaria a cozinhar e a cantar. Você cantava todas as músicas daquele bar de rock que me levou. E me lembro na hora que o garçom perguntou se "sua namorada" queria mais uma caipirinha, você respondeu que não, que ela só queria mais um shot de marshmallow quente com ciroc... Como você poderia me conhecer tão bem? Como sabia ler os meus pensamentos e realizar todos os meus desejos sem ao menos eu precisar dizer algo? E eu era ela, eu me senti ela, quase me senti sua. Eu não quero isso, não quero experiencias incríveis que você me proporciona, não quero aprender tanto sobre vinhos e sobre a vida. E foi naquela noite, depois do show de rock, que eu me vi na sua cama, você todo carinhoso, me trouxe uma caixinha preta com um sutiã de renda preta e uma calcinha que mal cabia na minha mão. Te chamei de canalha, e duvidei que tinha comprado aquilo para mim. Você tinha o olhar mais malicioso e doce que já havia chegado perto, tão perto... Dentro da caixinha preta tinha um bilhete dizendo: "Eu não vou te dar um helicóptero vermelho com as sua inicias, pequena. Mas vou te dar uma noite linda, igual você. Essa lingierie é delicada, macia e pequena, também igual você. PS;. não me esqueci do bilhete". Eu soltei uma daquelas minhas gargalhadas escandalosas, que estava guardada a sete chaves, e lembrei de uma de nossas noites que te contei que não aceitava presentes sem bilhetes. E realmente, você cumpriu tudo que prometeu, nossa noite foi mágica, linda, intensa, surreal, incrível. Eu queria ficar ali para sempre, sendo sua, só sua. Você me puxou pela cintura, agarrou meu cabelo, gritava pelo meu nome, e seus olhos estavam cheios de desejos. E o sexo foi quase amor, quase, eu juro. Um sexo sem puder, com tanto carinho, tesão, desejo, e cheio de suor. Você deitou ao meu lado e ficou me olhando sem dizer nada, depois me ofereceu um vinho rosé, para comemorar a minha entrega. Eu sempre tão cheia de palavras, fiquei muda. Foi aí que percebi, que já era tarde, e naquele nosso último brinde da noite, eu brindei a nós. Um nós que ainda não existe, mas tá gritando que quer existir, mas eu tento resistir, tento fugir, mas aí você aparece e eu desisto. Acordei nos seus braços, você estava atrasado para o trabalho, ligou para seu chefe e disse que chegaria antes do almoço. Me levou para o parque e tomamos café. Depois me deixou no shopping, e foi embora, foi embora levando uma parte minha. E toda essa confusão dentro de mim aparece toda vez que você diz que quer me ver, quer me ter. Eu não sei quantos vinhos ainda vamos beber, mas olha, eu aceito, aceito mais uma e um milhão de doses de você.
Nicoly de Paula Costa

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