Desviei o
olhar levemente descontraído e fixei o com prazer nela. Não me cabe descrições
exatas, apenas uma visão simples, masculina e simplória. Estava absurdamente linda
e gostosa como sempre. Na minha cabeça só existia a ideia de jogá-la ali mesmo,
na minha cama, e possuí-la por horas e horas até que o sol nascesse no dia
seguinte e a vida continuasse. Obrigado fui a me conter e contemplar ela olhando
nos meus olhos e proferindo aquelas mesmas palavras de anos atrás. Alguma coisa
mudou, eu pude perceber, dessa vez apesar de ter parecido sério, algo mudou, eu
senti. Ela vai pensar sobre isso, ela vai ler sobre isso, vai se
responsabilizar pelos erros, pelo seu dom de me fazer perder a linha, eu sei
que vai. Exatamente por isso eu cheguei silenciosamente por trás dela e abracei
o seu corpo sedutor, apalpei com malicia a sua bunda e sem vergonha alguma ri
como se soubesse a tamanha intimidade que tinha pra fazer aquilo e escapar sem
segundas intenções. Ela olhou nos meus olhos e pela primeira vez foi sincera.
Em anos não via a sinceridade nos olhos de quem me ensinou a ser dissimulado e
relaxado com a vida; viver como se não houvesse amanhã. Foi divertido, o leve
teor de álcool bagunçava a minha fortaleza impenetrável e meu escudo foi por
agua a baixo, e então eu disse, enfim, tudo que doía na minha alma, meu Deus,
como pude me permitir ser tão transparente, nunca pude fazer isso, era quase um
lema, uma religião, então contei quantas vezes aquele rebolado sexy e aqueles
lábios sedutores me tiraram do sério, quantas vezes eu tive vontade de sequestrá-la
dali e leva-la além da onde meus pensamentos podiam imaginar, mas ela sorriu
levemente como quem compreende a minha intenção e disse aquela velha e
insistente expressão de sempre, onde tudo se resume ao medo de se jogar fora
uma grande amizade. Eu então, cansado e levemente emputecido fiz questão de
terminar de destruir a situação e resolvi então jogar tudo para o alto. E
agora? Se minha amizade você não tem mais, me diga agora qual o seu medo? Ou desculpa.
Sejamos sinceros, você não me engana mais, eu estou aqui e você ai se
escondendo entre suas indecisões de 15 anos. “agora não é a hora” não fui eu
quem disse que não temos mais 15 anos. A vida é agora, o amor não tem hora,
então foda-se tudo. Se eu nunca consegui te olhar com olhos de amizade então
essa amizade nunca existiu, lide com isso, viva com isso, diga que é mentira. E
agora o que você tem a perder? Vou estar aqui, mas como sempre, eu sei, falta
coragem, falta caráter pra entender que suas escolhas são sempre as erradas, e
se você não sabe escolher eu não vou estar ai pra te segurar, por que pra mim a
validade acabou, e se seu amor não é suficiente eu sou obrigado a te deixar ai,
acreditando que em algum lugar existiu uma amizade. Vou continuar por aqui,
você sabe onde me achar, e espero que você entenda e realmente comesse a viver
de verdade a sua vida, por que eu desejo isso a você, por mais que sinta raiva
por todas as vezes que pisamos na bola um com outro. Mas é tempo de mudanças, e
eu digo adeus pra algo que nunca existiu, amor não é amizade. Desculpa,
desculpa, desculpa. Quanto vale nossa história pra você? Guarde esse sentimento
ao ler esse texto, é ele que guiara sua resposta sobre a nossa história, e se
ela for nunca mais me ver, eu sentirei saudades, por que você sabe, que ao
final de tudo, ninguém sentira a sua falta tanto, mas tanto, quanto eu
sentirei. Soa até falso um eu te amo, mas fazer o que, suas curvas me tiram do
sério. Um grande beijo nessa boca gostosa e boa sorte, seja lá pra onde você
siga, my love.
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