É difícil ler por ai qualquer coisa
que diga respeito à autoestima e não se deparar com aquele verbo: desistir. É
engraçado pensar como algumas palavras tem personalidade própria, algumas são
automaticamente absorvidas de maneira pejorativa e maldosa, já outras têm um
caráter humilde e cheio de compaixão. No caso específico de “desistir” a gente
nota logo aquela aproximação de significados com algo do tipo “fraqueza” ou
“fragilidade”, como se desistir fosse, em um todo, uma entrega de algo bom que
a gente não é mais capaz de suportar por pressões externas e/ou intrínsecas a
nós mesmos. Ai você me diz: “mas cadê o erro dessa definição?” e eu digo: “está
na quase não notável presença do adjetivo ‘bom’”.
Cá entre nós, quem não gostaria de
desistir de tudo aquilo que nos faz mal? Quem não adoraria desistir de fazer
tudo pelas pessoas erradas que não merecem nosso amor? Quem não pagaria pra
conseguir desistir de insistir em erros que nos levam sempre de cara ao chão?
Diga quem não gostaria de desistir de tudo que atrasa a nossa vida e nos impede
de encontrar a tal felicidade. Pois bem, então desistir não é de fato uma
palavra ruim, ou que reverbere fraqueza, ela pode ser exatamente o contrário,
indicando força e superação.
Se você me perguntar então “como eu
faço pra saber a hora de desistir?”, é simples, basta descobrir se aquilo te
faz bem ou se, de repente, não te torna uma pessoa melhor, caso opção dois
então desista sem hesitar. Mas ai você questiona como saber se isso te traz
benefícios ou não. Bom, existe aquele modelinho matemático que você talvez não
tenha prestado atenção nas aulas da Dona Maróca do ensino médio. Basta você
fixar todas as variáveis da vida como constantes e variar apenas aquela uma que
você deseja testar, e então você nota na equação da vida como essa variável
influi no resultado final. Simples não é? Claro que não, a vida não é um
gráfico, e as variáveis são infinitas, mas a gente tenta, até por que não
existe fórmula mágica pra nada. O conceito é sempre buscar o equilíbrio dentro
de nós mesmos. Eu acredito que o mundo é regido por um equilíbrio cósmico,
alguns chamam de Deus, outros de carma. Eu gosto de pensar que é uma simples
homeostase ou terceira lei de Newton, onde tudo em que você sorri se transforma
em poesia.
As palavras são traiçoeiras, elas
mentem, machucam e transformam verbos em cicatrizes bem reais, que afetam até
mesmo o físico das pessoas. Por que eu estou discorrendo sobre isso? Você me
pergunta. Eu tenho notado por ai como as pessoas tem uma dificuldade imensa de
interpretação. Não só de texto, mas da vida, das pessoas, dos sinais e ações
diárias. As pessoas associam palavras a contextos errados, às vezes lutam com
tudo de si por algo que lhes machucam, por não saberem compreender o que
realmente aquelas palavras/pessoas/acontecimentos simbolizam.
Esse estado nosso de vitima da vida
é complicado. Às vezes a gente acha que tudo está conspirando contra os nossos
sonhos. A gente se pega triste, deprimido, nervoso. A gente reclama, esperneia,
culpa tudo e todos. A gente foge, sente medo, nega Deus. E no turbilhão fica
cego e suscetível a tal má interpretação. Até mais cedo eu estava aqui tendo
uma semana dos infernos, parecia mais um dos meus fins do mundo particulares. Eu
abri esse documento pra escrever uma narrativa sobre suicídio. Mas então um
sinal mudou minha perspectiva. Eu não sou um cara religioso, nem acredito em
milagres, mas o acaso bateu aqui e me deu uma pitada de esperança e bom humor
que eu estou jogando nesse texto, que eu espero que seja bem interpretado, por
que eu sei que em algum lugar existe você igual a mim, que precisa de uma
palavra de sabedoria hoje, que te ajude a entender que sua vida não é algo
ruim, e que existem soluções e elas estão por ai esperando você alcança-las.
Espero que mesmo aqui, tão distante,
eu possa ajudar. Então, tenha um ótimo dia e abra seus olhos para a vida!
***gostou? CURTA aqui embaixo por gentileza. Obrigado!
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