quarta-feira, 9 de abril de 2014

Sofá, so far away!

        

           O tic-tac do relógio parecia uma escola de samba de tão alto, o silêncio ali me mantinha paralisado. Estava fixo no imenso sofá, deitado e encarando as paredes da sala. O pé tremia levemente de ansiedade e a TV ligada estava no mudo. Um leve vento soprava as cortinas e minutos pareciam horas infindáveis. Quando estava prestes a dormir ali, o celular vibrou. Era ela, estava enfim chegando. A campainha tocou.
            Ela passou pela porta e quando seus olhos cruzaram os meus a conexão foi estabelecida com sucesso, estávamos em sintonia perfeita. Um sorriso se abriu no seu rosto, e muito provavelmente eu me derreti em segundos. Ela estava linda, me deu um abraço aconchegante e pude sentir o cheiro do seu perfume, a segurei por mais um tempo.
            Ela deixou a bolsa sob o sofá e ali mesmo nos deitamos, eu fiquei olhando seus belos cabelos negros cascateando pelas suas costas enquanto ela não notava. A TV já não mais no mudo reproduzia sons e imagens que me fogem da memória. Ela repousou a cabeça sob meu peito, e ficou ali por minutos enquanto eu fazia um cafuné nos seus cabelos e sentia o cheiro de shampoo invadir meu olfato.
            Fiquei olhando pra ela sem ela perceber, até que ela se virou e fitou meus olhos. As palavras falharam, eu bobeei um sorriso e os olhos permaneceram fixos. Com uma das mãos, delicadamente segurei seu rosto e sem tirar os olhos do seu olhar a puxei pra mais perto, e então nossos lábios se tocaram. O beijo perdurou enquanto ela se ajeitava pra mais perto de mim e eu a segurava pela cintura. Ela se afastou sorrindo “que calor” e tirou a blusa. Seu decote me hipnotizou por um tempo que me falha a mensura, mas logo voltei ao seu rosto e repetimos por várias vezes aquele beijo.
            Eu ali deitado no seu peito podia ouvir seu coração batendo e ela acariciando minha barba parecia viajar por outros mundos. Peguei-a no colo e a deitei naquele imenso tapete aos pés do sofá. Beijei seu rosto, seu pescoço, sua barriga. E ela me puxou envolvendo as pernas sobre mim. Uma das minhas mãos se perdeu dentro da camisa dela enquanto as dela já tiravam a minha. A temperatura subiu e nada mais parecia importar.

            Pisquei os olhos saindo daquele transe, o tic-tac do relógio parecia uma escola de samba de tão alto, o silêncio na sala me mantinha paralisado. Eu estava ali sozinho no imenso sofá olhando pras paredes, a TV ligada no mudo e o vento entrando pela janela, o celular vibrou. Era ela, estava chegando. A campainha tocou.

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