domingo, 10 de setembro de 2017

O primeiro dia do resto de nossas vidas!




Parei na frente do prédio, me encostei na mureta de entrada e fiquei. (Muita importância tem quem me faz esperar em qualquer lugar). Quase uma hora depois ela saiu pelo elevador e atravessou o hall de entrada. "O que cê tá fazendo aqui?" Dizia ela sorrindo. "Como se eu nunca viesse te buscar no trabalho né?" Retribui o sorriso. "Geralmente você avisa!" retrucou ela, "Mas hoje quis fazer uma surpresa!" Disse já pegando a mão dela e ditando o nosso caminho.

"Onde vamos? Por que a surpresa?" Disparava ela em perguntas, como eu já estava acostumado. "Nada demais! Vamos jantar fora hoje, eu pago!" Disse descontraído. "Ai que fofo você! E o que a gente vai comer?" -  "Adivinha!" - "Mexicano de novo?" Afirmei com a cabeça e ela riu "Tudo bem então, bebê!" E eu mais do que sabia que esses pequenos detalhes e diálogos nos tornavam perfeitos.

Restaurante cheio, criança chorando, ar condicionado muito forte. Mesmo assim não parecia um problema! Pedimos nosso combo master plus com todos os aperitivos possíveis da casa, era aquela coisa que a gente nem discutia mais, só pedia e concordava com o olhar. Os mariates  faziam um ao vivo lindo, mesmo que a gente detestasse música ao vivo em restaurantes. Ela me contou sobre o trabalho, os projetos. A gente riu, principalmente ela, eu tinha uma promessa comigo mesmo que ela não sabia, de faze-la rir todos os dias da minha vida. Alguns dias eram mais difíceis, confesso, mas eu estava de parabéns até então.

Eu fiz um sinal pro garçom e ela não entendeu. "Mais comida? Você não cansa?" Eu dei risada e cheguei bem pertinho dela no banco acolchoado da mesa do canto noroeste do restaurante. Coloquei as mãos no seu rosto e sorri, ela era linda! A textura da sua pele me enchia de felicidade, recarregava minhas energias. Fiz carinho nas suas bochechas com o dedão e devagar me aproximei a beijando em slow motion. Eu senti ela se arrepiando e o sorriso dela fazia seus olhos brilharem, eu sabia que era amor! Voltei para  minha cara de sério e desviei o olhar para o chão por um instante, sabendo que ela conhecia aquela expressão minha e inevitavelmente ia falar "O que foi? O que você quer me falar? Fala logo!" Naquele tom de raiva e medo característico dela!

"Sabe, tenho pensado em tudo que a gente já passou. Em todas as dificuldades, todos os momentos, todas as noites em claro que você precisou de mim e eu de você. Tenho pensado em todas as fotos que a gente tirou por aí, num bar qualquer ou do outro lado desse país. Tenho pensado no quanto a gente tem mudado e amadurecido nesses anos todos. Todas as vezes que a gente se entregou, que a gente se respeitou e cedeu pelo outro. As coisas mudaram muito desde que nos conhecemos, e mesmo assim as noites ao seu lado continuam ótimas, as conchinhas continuam excelentes, seus beijos permanecem como a coisa mais gostosa do mundo e acordar ao seu lado continua sendo minha parte favorita do dia. Olhar você dormindo e te dizer bom dia com um beijo, eu não quero perder isso nunca."

Ela não conseguia mais conter o choro, nem o nervoso. E da maneira mais doce possível me interrompeu "Que caralho de papo é esse? O que cê vai fazer? Eu vou te matar! Eu não to brincando." Então o garçom chegou e eu encurtei o meu discurso "Você é a mulher mais inteligente que eu conheço! Você guarda uma riqueza tão grande por trás desse rostinho que me faz sentir o cara mais sortudo desse mundo. Por essas e outras, mesmo que não seja o melhor momento (Na realidade acho que não tem um melhor momento, o melhor momento é quando a gente tem certeza absoluta das coisas, então é agora!), eu queria saber se você aceita se casar comigo?

Ajoelhei no chão e tudo, ela quase desmaiou mas ainda sim conseguiu falar "Sai desse chão caralho, pelo amor de Deus, senta aqui." E quando sentei ela me abraçou com toda a força que ela tinha no corpo. "Claro que sim! Meu Deus, mas e agora? Minha mãe vai me matar! Eu vou te matar!" Interrompi ela com um beijo e esperei quase vinte minutos para ela tomar a respiração de volta e parar de olhar o brilhante no dedo dela. "Puta que pariu como eu te amo! Nossa, você não é real, me acorda senhor!" E eu peguei na mão dela e juntei com a minha. "Bebê, fica calma! Vai dar tudo certo, a gente não precisa de mais do que já temos aqui nessa noite!" E sorri para ela, mostrando nossas mãos e nossos sorrisos. Ela concordou com a cabeça e me abraçou de novo. "Meu deus, casei! E agora? A gente faz o quê?" Dizia ela completamente perdida. "Não sei! Suponho que a mesma coisa de sempre, a gente vai pra casa, a gente transa, vê um filme e dorme abraçado. Que tal?" Ela riu "Parece ótimo!"

Nenhum comentário:

Postar um comentário