domingo, 15 de maio de 2016

Que amanhã chegue logo, e pra você, meu feliz aniversário.




Eu esqueci o seu aniversário. Esqueci pela primeira vez em oito anos a droga do dia 12. E hoje, quando eu me dei conta disso, eu chorei. Eu chorei de alívio e de dor, porque esquecer seu aniversário talvez seja um pequeno sinal de que eu esteja esquecendo você, e isso ao mesmo tempo me causou alívio e dor. Alívio por talvez finalmente estar deixando você no meu passado e me libertando de algo que tomou tanto do meu corpo e da minha alma, e dor, pelo que a gente não foi e nunca vai ser,mas principalmente pela falta que você faz, mesmo isso não fazendo sentido nenhum.

 Eu tive uma semana de merda, a culpa é toda minha. Metódica, racional, fria, impulsiva, a gente sabe no que dá quando eu resolvo ser tão o oposto do que eu sou e tento racionalizar o que só se deve sentir não é mesmo? Nunca dá em nada bom. Velhos hábitos.

Eu queria te dar um abraço e chorar, chorar muito, dizer pra você deixar de ser tão teimoso e idiota e dar uma chance pra gente. Mas não é assim que as coisas funcionam, não dá pra obrigar ninguém a sentir o que não sente e eu nunca seria tão egoísta assim. Eu preferi te deixar pra sempre a ter que impor meu amor pra você. Eu desisti da gente, o meu cérebro desistiu, mas meu coração é persistente demais.

Nessa persistência eu queria te falar da minha saudade e de todas as coisas boas que eu te desejo, porque aqui, sabendo que esse texto nunca vai chegar até você, eu posso dizer o quanto a sua falta me rasga o peito, o quanto o vazio da sua ausência me deixa um pouco mais vazia, mas também aqui, eu posso dizer o quanto eu te amo, que eu te desejo o mundo de coisas boas e uma felicidade tão plural que você nem consiga verbalizar o quanto tá feliz e isso transborde nos seus olhos.

Meu jeito de resolver as coisas é torto. Eu acho que quando a gente arranca tudo de uma vez dói menos e assim eu fiz com você, devia ter doído menos, mas tá doendo muito até hoje. Que ilusão boba achar que dá pra tirar amor de dentro da gente como se fosse uma coisa que a gente não quer usar mais. Que inocência a minha. Eu até acredito que tenha muito amor do tipo "coisa" por aí, que em um mês já nem se lembra mais o nome, mas meu amor por você é tipo árvore enraizada, daquelas raízes que tomam tudo, que consomem, se estendem e que cê nunca consegue arrancar tudo de uma vez, só arranca o que dá e torce pro resto morrer.

O que dói é que as vezes morre mesmo, mas o que dói mais ainda é que de vez em quando brota.
"Essa ferida meu bem, às vezes não sara nunca. Às vezes sara amanhã..."
Que amanhã chegue logo, e pra você, meu feliz aniversário.

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