domingo, 23 de agosto de 2015

Você é infinito dentro de tantas finitudes

Seria tão mais simples se você não fosse sinônimo de infinito. Com tantas finitudes que o mundo carrega, você realmente se fez excessão, com essa mania de me mostrar seus talentos em doses homeopáticas, com todos os paradoxos que te faziam ainda mais eternos, com todas as hipérboles que diziam muito de você e de mim, mas nunca de nós.

    Sabe, eu poderia citar milhões de palavras que se aplicassem a você como uma definição, mas nenhuma delas te descreveria o suficiente, nenhum medo seria mais do que um balão flutuante que te fazia sentir orgulho de ir lá para o alto e ignorar o perigo da queda, e isso fazia com que eu demorasse horas pensando em um único termo que pudesse te cair como uma luva, isso me fazia perder tempo e fôlego pensando na sua voz e imaginando algo grande o suficiente para descrever sua vontade de viver, de sair da própria zona de conforto e ir parar em um universo completamente idealizado pelas idéias catastróficas de ser (a)mar, já que a água sempre transformava o nosso nó em um nós, existente apenas nesse mundo platônico.

    Seu cheiro de nuvem, seus cabelos cor de mel e a sua sobrancelha sem divisão me levavam a loucura, me faziam te querer a cada dia como se fosse o último das nossas vidas, como se você fosse um monte de ilusão em forma de pessoa, sempre bom ou ruim demais para ser de verdade.

    Eu lembro dos seus comentários sobre a minha mania de arquivar tudo manuscrito, como se ter cada minuciosidade de mim escorrida em caneta colorida, como se tudo o que eu fizesse no papel fosse exagero, como se virar estrela no céu da tua boca fosse mais ganho de tempo do que ser lua cheia para mim mesma.

   A verdade é que hoje eu vi os pontos brilhantes lá em cima escrevendo seu nome, carregando a mesma infinidade de existência que você, com os mesmos detalhes carregados de unicidade que você possuía, e então percebi que você é estrela, mas não qualquer estrela, a mais importante, a mais brilhante e a mais notória do meu céu, isso sim te define... Estrela, minha estrela, sem mais paradigmas necessários para te decifrar.

(Marina Galvão)
   

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