sábado, 14 de março de 2015

Amor Acobreado




A gente está cansado de ouvir por ai que nada nesse mundo é perfeito. Nem mesmo a matemática, que é exata, é capaz de padronizar tudo nesse vasto universo de eventos probabilísticos em que vivemos, então, por que o amor seria diferente?

Eu adoro essa sensação do amor dentro da gente, de sentir que de repente tudo é mágico, que os filmes da Disney eram sim de verdade, que toda a felicidade do mundo cabe dentro do nosso sorriso. É incontestavelmente belo como o amor mexe com a gente, é tão certa essa informação que quem assiste de fora vê a gente se modificando por total, se entregando, se transformando em pessoas bobas e retardadas que dão risada de tudo enquanto o mundo inteiro desmorona ao nosso redor.

Com ela não poderia ser diferente, ela era aquela presença singular que me fazia acordar numa segunda feira às 6:00 da manhã sorrindo, era o meu pedaço de perfeição, era meu calmante espiritual, minha prova viva do paraíso na terra, meu doce veneno que me mataria lentamente de amor.

Sua perfeição era absoluta, era imensurável, eu não conseguia enxergar os limites do seu amor dentro do meu peito. Se nossa felicidade fosse uma função eu seria o ‘y’ e estaria totalmente em função dela, o meu ‘x’. Se nossa felicidade pudesse ser mensurada a gente seria uma simples função quadrática y = x², onde para cada gota de alegria no seu rosto eu seria alegre ao quadrado, onde mesmo na alegria negativa, eu ainda seria alegre ao quadrado, para poder buscar o seu sorriso de qualquer maneira, acima de qualquer empecilho, por que ela era meu porto seguro, meu único conforto, minha princesa encantada.

                     Ela tinha aqueles cabelos vermelhos exóticos que me encantavam, aquele sorriso de uma pureza tão doce e singular, aqueles olhos cheios de ternura e infinitos em beleza e delicadeza. Ela tornava todos os meus adjetivos em superlativos absolutos sintéticos, ela não era amável, era amabilíssima. Ela não era agradável, era agradabilíssima. Magnificentíssima, simpaticíssima, formosíssima e necessaríssima à minha tão pequena existência. Eu poderia passar a vida inteira a vendo dançar como bailarina no teatro, poderia passar a vida inteira cantando Nando e Frejat com ela no meu violão, poderia aprender enfim a não ter ciúmes, mesmo a achando a mulher mais linda deste mundo.

Ela era todos os tipos possíveis de amor, Ágape, Eros e Philos. Por ela eu largaria meu emprego, eu aceitaria ter filhos, eu largaria o álcool, eu cortaria o cabelo e doaria para caridade, eu cuidaria enfim da minha barba. Eu era tão louco por ela que eu era capaz de ir de São Paulo a Manaus a pé só para vê-la, e eu calculei, são só 3.360 Km, 681 horas ou 29 dias, 6 estados, alguns pedágios, várias rodovias, uma balsa e quase um continente de distância, de um amor sem escalas, de uma mudança semântica na minha oração subordinada perfeita, do meu futuro do pretérito mais que particular.

            Claro que existe o perfeito. O universo é relativo, Einstein tinha razão. O tempo para mim passa diferente do que para as outras pessoas, porque meu coração bate acima de qualquer velocidade conhecida, e eu já vivi todas as vidas possíveis, e só naquela em que você existe o significado de amor e desejo fazem sentido.          


***CURTE AI VAI, POR FAVOR :)
  

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